Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2024
Em média, uma festa de casamento em uma vinícola custa entre 15 mil e 25 mil dólares.
Foto: ReproduçãoForam 80 convidados para o casamento de Paula Pereyra e Stuart Thurlby. A maioria veio de Córdoba, de onde ela é, mas cerca de 20 vieram da terra do noivo: a Austrália. O casal se conheceu em Sydney, onde mora atualmente, mas formalizou o noivado no dia 2 de dezembro do ano passado em Mendoza, na Argentina, em cerimônia com uma vista da Cordilheira dos Andes, nos vinhedos da vinícola Renacer.
“Mal me formei contadora, em 2017 viajei para a Austrália e 3 meses depois conheci o Stu”, lembra Paula, de 31 anos. “Quando começamos a pensar onde casar, o que foi antes da pandemia, fazê-lo na Argentina custava metade do que na Austrália. Na Austrália, é muito comum casar numa região de vinhedo, por isso queríamos replicar isso. Ao mesmo tempo, os vinhos de Mendoza são reconhecidos em todo o mundo e foram uma atração interessante para os amantes australianos desta bebida, incluindo a família de Stu.”
A possibilidade de uma celebração diferente, ao ar livre e associada ao mundo do vinho e da gastronomia de Mendoza fez desta província um destino muito atraente para os cidadãos locais, mas especialmente para os estrangeiros.
Nos últimos anos, os vinicultores e organizadores de casamentos concordam que Mendoza se estabeleceu como um destino para casamentos. O setor, aliás, constitui hoje uma indústria que movimenta cerca de US$ 16 bilhões por ano no mundo (Las Vegas ainda lidera o ranking). Mas quem são aqueles que escolhem a rota dos vinhos de Mendoza como cenário destas celebrações?
“Principalmente estrangeiros. Sem dúvida, o ranking é liderado pelos brasileiros”, responde Marianella Novello, líder de hospitalidade da vinícola Domaine Bousquet, que entre 2022 e 2023 experimentou um aumento de 20% no número de casamentos realizados em sua propriedade localizada no Valle de Uco.
Entre 70% e 80% dos casais são brasileiros, confirma Silvia Bodiglio, wedding planner de Mendoza que organizou seu primeiro casamento em uma vinícola em 2007.
“Em média, cuido de cerca de 20 casamentos em uma vinícola por ano, mas é um número que cresce”, diz ela. “Além dos brasileiros, vêm se casar também [pessoas] da Alemanha, Dubai, Austrália, Espanha, França, Suíça, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Venezuela e Chile.”
Para os brasileiros, diz a wedding planner Marina Cook, Mendoza se tornou o destino mais procurado por pessoas de alto poder aquisitivo que antes se casavam em Portugal, Itália, Grécia ou França.
“Com voos diretos saindo de São Paulo, você pode transformar seu casamento em uma experiência incrível de vários dias com um voo de menos de 4 horas que permite mergulhar em paisagens totalmente diferentes das do seu país”, afirma ela.
O mês mais solicitado é novembro. A alta temporada vai de outubro a abril. Alguns brasileiros que buscam o frio e a paisagem nevada se casam em maio ou setembro, mas os meses de inverno são os de menor demanda.
O vinho em todas as suas formas – as vinícolas, as adegas, as propostas gastronômicas que têm esta bebida como eixo – representa o atrativo para pessoas de todo o mundo. Uma das características dos destination weddings, que fazem com que os casais e seus convidados viajem de um país para outro, são as atividades turísticas que acontecem antes e depois do casamento.
“Os destination weddings são eventos que são planejados com cerca de seis ou sete meses de antecedência, e que se transformam em vários dias de férias para o casal e seus convidados”, acrescenta Nora Vicario, ex-ministra de Turismo e Cultura da província de Mendoza.
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