Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Carlos Alberto Chiarelli | 14 de março de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Preserva um espaço de atenção para as prévias que nesta última semana concluíram os EUA, indiscutivelmente encaminhadas por um conjunto de regras díspares, que, por um lado, são fracionadas, estabelecendo em cada estado, desde o voto facultativo, uma valia de votar, quando o cidadão, realizando o seu direito – se quiser fazê-lo –, está habilitado a eleger o delegado de polícia, o promotor público e o juiz municipal (ou comunitário).
Tal nos mostra como funciona realmente o direito à participação que se valoriza e se realiza através da cidadania. Os partidos políticos, na verdade, são dois: democratas e republicanos. Os primeiros têm um leve – muito leve – deslocamento para a Centro Esquerda, mas aceitam, de maneira predominante, que as regras mais fortes sejam as ditadas, caso a caso, pela exuberante vida dos regimes de compra e venda de negócios, em geral de índices e métodos de produção, que sucedem em todas as práticas criativas da sociedade, feitas pragmaticamente por quem é que, na vida do comércio, revela-se professor pelo êxito e procedimentos que adota.
Enfim, apesar de algumas teorias e fórmulas, a interpretação de sua história nos pontos salientes do poder, o cidadão pensa que é merecedor de respeito e ademais disso, soberano; apesar de algumas falhas e teorias, a interpretação de estudiosos e o alegado societário perguntarem num esforço de entendimento cuidadoso e profundo, de maneira objetiva, como se provaria a influência dominadora do mundo partidário.
Os republicanos, que seriam alguns, terão a representação em linhas nas quais, em postura conservadora, superarão as dúvidas das correntes que representam a não estatização. Não se pode omitir entre o Norte e a causa conservadora que se faça uma apreciação da qual, afinal de contas, saiu a prática\ teoria do modelo norte-americano.
A verdade é que se enfrentaram com bandeiras e bandeirolas próprias, na guerra de sangrentas batalhas onde disputavam terras, confissões religiosas, controle da justiça e o elementar, e ainda primário, dever político.
Os dois grupos, separados pelo mapa, quando se puseram em combate, na chamada Guerra da Secessão, promoveram um sangrento e impiedoso confronto. O certo é que os republicanos fizeram sempre questão de que se lhes reconhecesse o direito ao conservadorismo e nunca deixaram de destacar que eram fruto da vinda e do desembarque histórico dos representantes das 13 colônias inglesas.
São os democratas, nos EUA, que fazem um leve, micro movimento, em direção às ideias prevalentemente decorrentes do que significou o caldeirão de formação da sociedade nortista – nela estavam todos quantos, de diferentes origens, aproveitando a facilidade de integrar-se na sociedade (então em construção) e formaram uma civilização que foi exatamente o contrário do que, por exemplo, anunciou que iria fazer, se eleito presidente nesta próxima eleição, Donald Trump, levantando a barreira do nacionalismo xenófobo. Ele é um conservador radical.
Os democratas, justamente pelo caldo misto que, no decurso de mais de 200 anos, acabou se constituindo no que é o conteúdo da sociedade ianque, julgaram dar um leve passo para uma quase invisível esquerdização.
Esse é o quadro político eleitoral dos EUA, onde o voto é facultativo, autoridades locais são escolhidas pelo sufrágio popular e cerca de mais de 110 minúsculas greis partidária gravitam em torno dos dois grandes partidos, algumas durando já mais de 50 anos e outras que, talvez, não conseguirão durar 50 dias.
Enfim, nos EUA, o eleitor NÃO VOTA no candidato. Quem vota no candidato é um representante de uma lista que o votante interiorano aprovou com direito a representação nas prévias partidárias. Não se pode dizer que o modelo dos EUA não é democrático, mas se é obrigado a dizer que é o mais peculiar que se conhece no mundo democrático.
Pode gerar muitos conflitos e divergências, mas há que recordar que a sua Constituição de apenas 18 artigos é, indiscutivelmente, mais sólida, mais clara e mais respeitada que a nossa – com mais de 300.
Carlos Alberto Chiarelli foi ministro da Educação e ministro da Integração Internacional. (E-mails para carolchiarelli@hotmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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