Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de março de 2024
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em campo uma força-tarefa para tentar ampliar o crédito imobiliário atrelado ao FGTS e direcionado à população de baixa renda. O foco principal é a faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que mira famílias com rendimento de até R$ 2,6 mil.
A medida mais recente desse pacote é o FGTS Futuro, que deverá ter a operação liberada no fim deste mês, em reunião do conselho curador do fundo. A modalidade prevê que os depósitos futuros sirvam de garantia aos devedores na compra da casa própria.
O conjunto de ações, que começou a ser implementado em 2023, também envolve o aumento de subsídios para a habitação popular, o alongamento dos prazos de pagamento e a redução das taxas de juros, principalmente às famílias do Norte e Nordeste.
O movimento atende às diretrizes do presidente Lula, que recentemente se reuniu com dirigentes de bancos federais para cobrar a ampliação do crédito aos mais pobres, incluindo o MCMV. A reunião ocorreu após pesquisas apontarem uma queda na popularidade do petista, em meio à desaceleração do PIB, ao aumento do preço dos alimentos e às vésperas das eleições municipais.
No início dessa semana, em entrevista ao SBT, Lula voltou a destacar a atuação das instituições financeiras públicas, dizendo que elas poderiam forçar uma queda dos juros por parte dos demais atores do mercado. Na ocasião, ele também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que estaria travando o crescimento do País ao reduzir de forma gradual a taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
Parcerias
O esforço concentrado do governo prevê também parcerias com Estados e municípios para que os gestores doem terrenos para a construção de unidades habitacionais ou direcionem emendas parlamentares ao MCMV, com o objetivo de reduzir o valor da entrada ou das prestações do crédito.
“Tudo isso é para a gente tentar trazer as pessoas que ganham cerca de R$ 2 mil para dentro do financiamento (imobiliário)”, afirma Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, em entrevista ao Estadão.
“O aluguel (das famílias de baixa renda), às vezes, é maior do que a prestação do financiamento. Qual o grande problema? A entrada”, diz a executiva, que já foi secretária de Habitação e ministra das Cidades durante as gestões Lula 1 e 2 e Dilma Rousseff.