Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2024
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi oficializado no último sábado (16) como candidato do Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV) nas eleições de 28 de julho. Maduro concorrerá ao terceiro mandato.
“Só há um desfecho: a vitória do povo em 28 de julho. Eles não foram capazes de nos parar, nem serão capazes de fazê-lo”, disse Maduro, durante a proclamação da indicação, em discurso em um ginásio de Caracas.
Maduro concorreu sozinho para vencer a indicação do Partido Socialista da Venezuela (PSUV).
Em 11 de março, Cabello, o vice-presidente do PSUV, publicou na rede social X que 4,2 milhões de pessoas participaram da escolha. O partido convocou assembleias para a votação em diferentes estados.
Cabello havia dito, na quarta-feira passada (13), que estava certo de que Maduro seria o candidato “por consenso” do PSUV. Ele está em campanha há semanas e vem aumentando suas aparições em público, o que não era habitual, assim como os anúncios de programas sociais “de nova geração”, que incluem a distribuição de sapatos e colchões para setores vulneráveis.
Candidato da oposição
A oposição, por sua vez, deve definir um candidato, diante da inabilitação política de María Corina Machado, que venceu com folga em outubro as primárias da principal coalizão, a Plataforma Unitária. Embora Machado insista em que será candidata, na prática sua candidatura está descartada. Ela tem até 25 de março para confirmar a candidatura.
A habilitação de candidatos foi um dos pontos mais polêmicos dos diálogos entre governo e oposição, com mediação da Noruega. As duas partes assinaram um acordo em Barbados em outubro para organizar a eleição, com a presença de observadores internacionais.
Os Estados Unidos revogaram parcialmente as sanções ao governo da Venezuela no final de 2023 devido a um acordo eleitoral com a oposição, mas a reaproximação chegou ao fim com as detenções de figuras da oposição e a decisão judicial sobre Machado.
Os EUA prometeram o restabelecimento das sanções petrolíferas a partir de meados de abril.
Fontes do partido no poder pontuaram que a reversão na política de Maduro pode ser devido à diminuição da popularidade junto à sua base.
A Venezuela sofreu uma hiperinflação e um colapso econômico sem precedentes desde que Maduro assumiu o poder em 2013, após a morte do seu mentor, o ex-presidente Hugo Chávez.
O país tem assistido a ondas de protestos contra o partido no poder e contra Maduro, especialmente entre 2014 e 2017, resultando em dezenas de detenções e mortes.
Os principais partidos da oposição boicotaram as eleições presidenciais de 2018 e se recusaram, juntamente com os EUA e outros, a reconhecer a vitória de Maduro.
Ele conseguiu uma vitória de 1,5% de diferença nas eleições de 2013, que o então candidato da oposição também declarou fraudulentas.