Segunda-feira, 07 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2024
O montante arrecadado em prol do tenente-coronel, porém, permanece desconhecido. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Foto: Geraldo Magela/Agência SenadoO tenente-coronel Mauro Cid, preso na última sexta-feira (22), por violar e descumprir as medidas cautelares presentes nas cláusulas de seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), está recebendo apoio de grupos de WhatsApp formados por militares.
Membros da corporação têm iniciado uma campanha para arrecadar doações financeiras em favor do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, inclusive para custear sua defesa.
Segundo a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, mensagens obtidas em grupos do aplicativo revelam que o objetivo é arrecadar R$ 300 mil para o “companheiro” Cid. O texto da campanha de doação afirma que o militar vendeu seus próprios bens para cobrir os honorários de seu advogado, Cezar Bittencourt.
A mobilização ganhou força após a divulgação dos áudios na semana passada, nos quais o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro faz um desabafo.
“O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário”, disse Cid em referência às doações recebidas por Bolsonaro de apoiadores.
O montante arrecadado em prol do tenente-coronel, porém, permanece desconhecido. Apesar de estar afastado das funções no Exército, ele continua recebendo um salário de R$ 27 mil. Na semana passada, o comandante da Força, Tomás Paiva, negou a promoção de Cid à patente de coronel.
Cid retornou à prisão após a revista Veja divulgar áudios enviados pelo tenente-coronel a um interlocutor ainda não identificado. Nas mensagens, o militar acusa a PF de inventar narrativas em sua delação e critica duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável por homologar o acordo. Segundo a defesa de Cid, os áudios se tratavam apenas de um desabafo.
Antes de ser preso, Cid fez uma série de lamentos pessoais durante o depoimento que prestou por uma hora e meia no Supremo.
O ex-ajudante de ordens disse que engordou mais de 10kg, está sensível, e que os amigos passaram a tratá-lo como “leproso”.
“Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?”, alegou o militar no áudio divulgado pela revista Veja.
O oficial, no depoimento, disse que está sofrendo uma exposição midiática muito grande, o que prejudica suas relações, e que os amigos parecem tratá-lo como “leproso” e querem distância para não se prejudicarem.