Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Gil Kurtz | 1 de abril de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
“Sim, o passado pode machucar. Mas, do modo como vejo, você pode fugir dele ou aprender com ele.”
O Rei Leão.
Nessa semana a audiência da mídia, em suas diferentes plataformas, irá bombar com mais um episódio: o julgamento que tem como pauta o pedido de cassação do mandato do Senador Moro. Aliás, ações movidas por opostos da política brasileira: PL e pela federação formada pelo PT, PCdoB e PV. O primeiro com vários integrantes que, no passado aplaudiram o indiciado.
Vamos relembrar alguns episódios anteriores que tiveram cenas com “mocinhos, bandidos galãs, vilões e injustiçados”. Na tela, plateia ou banco dos réus.
Em resumo:
– O magistrado de primeira instância não poderia ter quebrado o sigilo de gravação envolvendo autoridade com prerrogativa de foro, no caso a então presidente Dilma;
– Após deixar o Ministério da Justiça, em 2020, Moro foi trabalhar na consultoria americana Alvarez e Marsal, empresa responsável pelo processo de recuperação judicial da Odebrecht;
– na pauta desse julgamento a prática de abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e irregularidade em contratos.
No entanto, seus erros não ficaram somente em decisões ou atitudes contraditórias no âmbito do judiciário. Na língua portuguesa tem uma coletânea: em uma audiência no TRE PR” com o que foi gasto com mim”;
Numa mensagem no antigo Twitter escreveu ENEN . Numa Cpi ” depredraram”. O correto seria depredaram. Num discurso na Câmara “uma mulher, uma conje”.
Além do acima narrado, erros ou atitudes tendenciosas, é necessário lembrar uma frase sua em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo em 2016, no auge de sua popularidade disse “Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política.”, declarou.
Segundo experts
A situação de Moro se assemelha ao caso da juíza Selma Arruda (Podemos-MT), que perdeu o mandato por abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2018. Curiosamente, à época da cassação, ela era conhecida como “Moro de saias” .
De lá até aqui essa série não deixou nenhum espectador entendiado. Faz jus ao título desse artigo. Moro e não vejo tudo. Ou veremos?
*Gil Kurtz diretor da KG Consultoria, especialista em gestão de imagem e conflitos. Conselheiro da AJE POA e ADVB RS. Vice-presidente de comunicação e marketing do Forum Latino Americano de Defesa do Consumidor.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.