Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2024
A situação da América Latina, incluindo a crise diplomática entre México e Equador e o processo eleitoral venezuelano, fará parte da conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro durante viagem do líder brasileiro a Bogotá na semana que vem. A expectativa é de que o encontro entre Lula e Petro dure cerca de duas horas, quando serão discutidos temas bilaterais, regionais e multilaterais.
“A situação regional é um tema obrigatório e com o presidente Petro não será diferente”, disse João Marcelo Queiroz, diretor do Departamento de América do Sul do Itamaraty.
Colômbia e Brasil estão entre os países da região que condenaram a invasão da embaixada do México pela polícia do Equador para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas. Como Glas estava asilado em uma missão diplomática — considerada inviolável pelas normas internacionais —, o governo mexicano rompeu as relações diplomáticas com o Equador.
Na última sexta-feira (12), líderes e chanceles da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) terão uma reunião virtual para discutir a crise entre os dois países. A conversa foi convocada pela presidente temporária da Celac, a hondurenha Xiomara Castro.
Proposta de paz
Petro esteve esta semana na Venezuela, onde se reuniu com o presidente Nicolás Maduro e membros da oposição.
O presidente da Colômbia deve fazer um relato a Lula sobre sua viagem a Caracas. Petro anunciou que seu país trabalhará pela paz política na Venezuela e, segundo interlocutores do governo brasileiro, ele deve convidar Lula para fazer parte dessa empreitada.
Brasil e Colômbia já demonstraram preocupação com a situação na Venezuela. A avaliação é de que inabilitações de candidatos e prisões de adversários políticos de Maduro ferem o Acordo de Barbados, firmado no ano passado, entre representantes do governo Maduro e da oposição, para garantir eleições livres, transparentes e justas no país. Lula e Petro também defendem o argumento de que isolar Maduro não vai resolver os problemas.
“Os dois países convergem no diagnóstico de que as ações adotadas no passado para isolar a Venezuela não serviram de nada. Esse espírito de engajamento deve pontuar as conversas”, afirmou Queiroz.
A disputa entre Venezuela e a Guiana por Essequibo também deve fazer parte da conversa entre os dois presidentes. A região, rica em petróleo, hoje é considerada um novo estado venezuelano por Maduro.