Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2024
Um funcionário do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) foi preso preventivamente em Porto Alegre, nessa terça-feira (16), por suspeita de repasse de dados do órgão a uma facção criminosa do bairro Bom Jesus, na Zona Norte. Trata-se do chefe do setor responsável pela supervisão dos 152 Centros de Remoção e Depósitos (CRD) da autarquia no Estado.
O servidor é um dos alvos da operação “Kynos”, deflagrada durante a manhã pela Polícia Civil gaúcha e que já resultou na prisão de pelo menos quatro pessoas, além do cumprimento de oito ordens de busca e apreensão. Agentes estiveram em residências dos investigados e na sede do Detran-RS, localizada na rua Washington Luiz (Centro Histórico da Capital).
A denúncia contra o supervisor partiu do próprio Detran-RS, que colabora com o trabalho investigativo desde o início. Foram incluídos na ofensiva endereços na cidade de Canoas (Região Metropolitana) e também no sistema prisional de Charqueadas (Região Carbonífera), de onde um detento coordenava o esquema mesmo estando atrás das grades.
De acordo com a Polícia Civil, ele colaborava com a quadrilha em processos de “legalização” de carros em situação irregular. Suspeita-se que tenha havido compartilhamento indevido de senhas e quebra de sigilo profissional por meio do vazamento de informações privilegiadas. A lista ainda abrange crimes como estelionato, falsificação de documentos e clonagem veicular.
A ofensiva é resultado de quase um ano e meio de investigações, lideradas por equipe da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estaduais de Investigações Criminais (Deic), chefiada por Max Otto Ritter. Segundo ele, a apuração se originou de desdobramentos da operação “Gravataí Papers II”, desencadeada no ano retrasado pela Delegacia de Polícia de Repressão dos Crimes Carcerários.
Naquela ocasião foram presos 11 envolvidos em falsificação e estelionato contra mais de 200 vítimas. Dentre os golpes praticados estava o anúncio e venda de automóveis, em sites, por preços abaixo do praticado no mercado. Mas os documentos eram falsos ou adulterados: ao tentar retirar o veículo, a vítima acabava descobrindo ter adquirido produto de furto ou roubo.
(Marcello Campos)
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