Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2024
A prisão preventiva ocorreu por causa da prática reiterada de crimes eleitorais de violência política contra uma deputada.
Foto: Wilson Dias/Agência BrasilO ex-deputado federal pelo Estado do Pará, Wladimir Costa, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Federal (PF), no Aeroporto Internacional de Belém (PA). O ex-parlamentar é acusado de praticar crimes eleitorais. Imagens mostram o momento da prisão ainda dentro da aeronave. Wladimir Costa foi abordado ao desembarcar na capital paraense e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional do Estado.
A prisão preventiva ocorreu por causa da prática reiterada de crimes eleitorais de violência política contra e expondo a vida privada da deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA), por meio das redes sociais.
De acordo com o inquérito da PF, o ex-deputado proferiu xingamentos contra a parlamentar, mas também fez música contra ela, espalhou faixas pelas ruas de Belém e até contratou carro de som para proferir palavrões contra a deputada. Em transmissões ao vivo na internet, o ex-parlamentar também sugeriria que os seguidores a apedrejassem.
Quando era parlamentar, Wladimir ficou conhecido por tatuar, no ombro, o nome do então presidente Michel Temer (MDB), em 2017. O deputado apareceu com a tatuagem – e uma bandeira do Brasil – quando estava sem camisa em Salinópolis (PA), durante a entrega de caminhões de coleta de lixo. Ele teve o mandato cassado no fim daquele ano.
O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) ordenou, ainda, a exclusão das postagens que motivaram o mandado de prisão. A Polícia Federal não deu mais informações.
A deputada Renilce Nicodemos agradeceu ao trabalho feito pela Polícia Federal.
“Há seis meses que venho sendo vítima de toda sorte de crimes por parte do cidadão acima mencionado, motivo pelo qual decidimos por não ir ao campo do debate público e defender o direito à minha intimidade no Poder Judiciário. Com isso, oferecemos notícia crime à Justiça Eleitoral, que ensejou na instauração de inquérito na Polícia Federal que descambou na operação realizada na data de hoje”, disse ela.
“Me manifesto agradecendo muito o trabalho das autoridades e depositando minha inteira confiança na Polícia Federal e na Justiça Eleitoral que compreenderam a importância de se atuar com firmeza nesse caso”, finalizou a deputada.
Wladimir Costa também já cometeu injúria contra jornalistas e artistas brasileiros, por exemplo, em processos julgados, no ano passado, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Em janeiro de 2023, o ex-deputado já tinha sido condenado por ofensas divulgadas na internet – na época, contra artistas como Glória Pires e Wagner Moura. A decisão permitiu que ele cumprisse a pena de nove meses em regime aberto.
A Justiça Eleitoral do Pará chegou a julgar, em 2016, por unanimidade, pela cassação do mandato do deputado Wladimir Costa, por arrecadação e gastos ilícitos em campanha eleitoral. Na época, o Ministério Público Eleitoral alegou que houve indícios de falsidade documental nos gastos.