Sexta-feira, 01 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2024
Ao praticarmos o egoísmo de forma equilibrada, podemos aprender a estabelecer limites saudáveis.
Foto: FreepikDesde os primórdios da nossa existência, fomos ensinados a valorizar o altruísmo e a preocupação com os outros. O conceito de colocar as necessidades dos outros antes das nossas foi incutido em nós desde a infância, moldando-nos em seres que buscam constantemente o bem-estar coletivo. No entanto, ao longo dos anos, essa ênfase excessiva no altruísmo nos levou a negligenciar nossas próprias necessidades e desejos, resultando em um desequilíbrio perigoso em nossas vidas.
É irônico pensar que, ao nos dedicarmos tanto aos outros, muitas vezes esquecemos de cuidar de nós mesmos. Perdidos em um ciclo interminável de dar sem receber, acabamos esgotando nossas próprias reservas de energia e vitalidade. Nossa saúde mental, emocional e física sofre, e nos encontramos presos em um estado de constante desgaste e insatisfação.
É nesse contexto que o egoísmo, muitas vezes visto como um traço negativo, pode, na verdade, desempenhar um papel crucial em nosso bem-estar pessoal. Ao reconhecer a importância de cuidar de nós mesmos e de satisfazer nossas próprias necessidades, podemos restaurar o equilíbrio em nossas vidas e cultivar uma sensação mais profunda de autoestima e realização.
Praticar o egoísmo de forma saudável não significa abandonar completamente o altruísmo ou ignorar as necessidades dos outros. Pelo contrário, significa reconhecer que só podemos verdadeiramente ajudar os outros quando estamos em um estado de saúde e plenitude pessoal. Assim como em um avião, onde nos é ensinado a colocar a máscara de oxigênio em nós mesmos antes de ajudar os outros, precisamos garantir nossa própria sobrevivência e bem-estar antes de podermos verdadeiramente contribuir para o bem-estar dos outros.
Ao praticarmos o egoísmo de forma equilibrada, podemos aprender a estabelecer limites saudáveis, a dizer “não” quando necessário e a priorizar nossas próprias necessidades sem culpa ou remorso. Isso não só fortalece nossa autoestima e autoconfiança, mas também nos capacita a ser mais eficazes e capacitados em nossas interações com os outros.
Além disso, ao cultivarmos um maior senso de autoconhecimento e autocompaixão, podemos desenvolver relacionamentos mais autênticos e significativos com os outros. Ao invés de nos sacrificarmos em prol dos outros, podemos aprender a estabelecer relacionamentos baseados na reciprocidade, onde há espaço para dar e receber de forma equitativa.
Em última análise, o equilíbrio entre o altruísmo e o egoísmo é essencial para o nosso bem-estar pessoal e para o bem-estar da sociedade como um todo. Ao reconhecer a importância de cuidar de nós mesmos e de satisfazer nossas próprias necessidades, podemos nos tornar seres mais completos e compassivos, capazes de contribuir de forma mais significativa para o mundo ao nosso redor.
Portanto, que possamos repensar nossa relação com o egoísmo e reconhecer sua importância na busca por um equilíbrio saudável e sustentável em nossas vidas. Pois só quando cuidamos de nós mesmos podemos verdadeiramente cuidar dos outros e do mundo ao nosso redor.
Além disso, ao olharmos para o egoísmo com uma nova perspectiva, podemos reconhecer que a prática do autocuidado não exclui necessariamente o cuidado com os outros. Na verdade, ao cuidarmos de nós mesmos de forma holística e equilibrada, estamos em melhor posição para ajudar e apoiar aqueles ao nosso redor.
Portanto, ao invés de demonizar o egoísmo, devemos reconhecê-lo como uma parte natural da condição humana e canalizá-lo de forma construtiva em direção ao bem comum. Somente através da colaboração, compaixão e solidariedade podemos construir um mundo mais justo, inclusivo e sustentável para todos. (Regina Racco)