Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2024
Balanço atualizado nessa quarta-feira (1º) pela Defesa Civil Estadual ampliou para dez o número de mortos por causa das chuvas em excesso que atingem o Rio Grande do Sul. Já os desaparecidos chegam a 21. A estatística também aponta mais de 19 mil pessoas e 114 cidades afetadas por enchentes, enxurradas e outros transtornos. No fim da noite, o governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública.
São 11 feridos, 3.416 desalojados e 1.072 encaminhados a abrigos. Os óbitos, por sua vez, ocorreram em oito cidades: Candelária (8), Encantado (6), Roca Sales (4), São Vendelino (2) e Salvador do Sul (1). Já as pessoas que continuam sendo alvo de buscas residem em Pavarema (2), Salvador do Sul (2), Pantano Grande (1), Itaara (1), Encantado (1), Segredo (1), Santa Maria (1), Santa Cruz do Sul (1).
No que se refere aos dois casos fatais na cidade de Paverama (Região Central do Estado), as vítimas são dois homens idosos, de 65 e 69 anos. Eles tentavam atravessar área alagada a bordo de um automóvel quando acabaram arrastados pela correnteza.
O mesmo ocorreu com um homem de 62 anos em Segredo. Em Salvador do Sul e em Santa Maria, as vítimas morreram em deslizamento de terra. Há também o registro de uma morte por descarga elétrica, em Pantano Grande, que se trata de um homem de 59 anos. Nas outras localidades, as circunstâncias dos óbitos ainda estão sendo confirmadas.
Cenário de pessimismo
A situação deve se agravar nas próximas horas, devido à previsão de continuidade das chuvas. Em entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite comparou a situação à tragédia de 2023 e alertou que este será o maior desastre climático já vivido no Rio Grande do Sul:
“Os números são imprecisos, à medida que vão aumentar muito. A crise está em curso e, infelizmente, será pior do que o que aconteceu em setembro do ano passado. “Não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque esse evento climático está muito mais disperso [em relação ao de 2023]. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. Há dificuldades para acessar os locais”.
Ele também fez um apelo urgente aos habitantes das áreas afetadas, destacando que as autoridades enfrentam grandes dificuldades para resgatar todos os pontos críticos. Nos eventos climáticos do ano passado, 75 gaúchos perderam a vida e outros quatro permanecem desaparecidos.
A situação repercute internacionalmente. O prosseguimento da chuva amplia o risco de novas inundações e deslizamentos. Dentre os focos de preocupação está o risco de rompimento da barragem Quatorze de Julho, na Serra Gaúcha: caso isso ocorrem, os municípios de Cotiporã, São Valentim, Santa Bárbara, Santa Teresa e Muçum (um dos mais atingidos pelas enchentes de 2023) devem ser seriamente prejudicados.
(Marcello Campos)
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