Sábado, 16 de novembro de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
22°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Haddad tem razão

Compartilhe esta notícia:

(Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, tem total razão: o Legislativo, a Câmara, o Senado, deve ter a mesma responsabilidade nos gastos públicos que o Executivo. Dá para acrescentar o Judiciário nessa conta.

Para se ter uma ideia, só o projeto do quinquênio da magistratura e Ministério Público pode abrir um rombo da ordem dos R$ 40 bilhões anuais, se for considerado o impacto das isonomias, essas pragas indefectíveis da República. Segundo o presidente Senado, que patrocina esta gastança, é “a forma de valorizar os cargos do Judiciário e do MP”, estimulando o ingresso no serviço público de profissionais qualificados ou evitando que os seus atuais ocupantes procurem posições mais vantajosas no mercado.

Não sei de onde Rodrigo Pacheco tirou isso, A remuneração de juízes e procuradores do MP é da elite do funcionalismo público. Não será por um penduricalho a mais (além do teto de R$ 44 mil mensais) que eles mudarão do emprego muito bem remunerado, férias em dobro, estabilidade, status funcional e outras vantagens, das quais eles são os felizes beneficiários.

Se for para melhorar a vida dos servidores públicos, o Judiciário não pode ser o primeiro da fila – uma estrutura das mais caras do mundo, de lentidão exasperante, de duvidosa eficiência. É preciso ter muita bondade na alma para achar que juízes e procuradores do MP não ganham o suficiente.

O ministro Haddad está certíssimo. Os poderes Legislativo e Judiciário não se importam muito com os limites do erário, o equilíbrio das contas públicas. Não é assunto deles. Não lhes cabe buscar recursos. Tudo o que fazem é reclamar de suas “carências”, de suas necessidades. A responsabilidade fiscal só acomete o Executivo e é sobre ele que se exerce toda a pressão.

O Legislativo é como se fosse um mundo à parte, onde o dinheiro jorra à vontade. Ao longo dos anos , deputados e senadores foram engendrando manhas e artimanhas, criando prerrogativas próprias, que eles acompanham online e dizem aonde vão despejar os recursos: sempre nas cidades e regiões onde concentram os votos para a reeleição.

Na medida em que cresceu o poder do Parlamento, se enfraqueceram os governos centrais, e a cada ano que passa mais dinheiro sai de Brasília carimbado por suas excelências. Dinheiro fácil, livre de contingenciamentos, em que eles mandam e desmandam. Através deles, a seu critério, gosto e interesse, emparedam o governo em cada votação.

No Judiciário , decisões de todas as instâncias aprofundam a crise das finanças públicas. Não entram na conta as dificuldades do Tesouro, ou se vai ter dinheiro para pagar. Sentenças que sobrecarregam o erário são simples, cômodas, rápidas e em geral populares. O Estado (leia-se o Executivo) que se vire e pague. Nem de longe cogitam de que o Judiciário também é o Estado.

Quando se trata de dinheiro público, prevalece o princípio do “ Mateus, primeiro os meus”. Haddad tem total razão. O descompromisso com o erário atravessa todas as instâncias, é a norma vigente em todo o ente público, e uma das razões manifestas para que o Brasil não saia do lugar e afunde o pé no pântano.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

TCU usa fake news para “sigilo” de voos da FAB
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul informa que suspensão dos prazos processuais na Justiça Estadual depende de condições técnicas
https://www.osul.com.br/haddad-tem-razao/ Haddad tem razão 2024-05-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar