Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2024
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou nessa quinta-feira (9) em entrevista à GloboNews na Base Aérea de Canoas, que notícias falsas sobre a tragédia das enchentes no Estado têm atrapalhado o trabalho de ajuda às vítimas.
“Já foram resgatadas mais de 60 mil pessoas por todas as forças, e aqui eu estou colocando todo mundo: não tem que ter diferença entre Exército, Marinha, Aeronáutica, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, os voluntários que estão trabalhando. Toda a ajuda é importante nesse momento, mas as fake news prejudicam o trabalho”, disse Paiva.
A catástrofe ambiental, provocada pelas chuvas que transbordaram rios, matou até o momento mais de 100 pessoas. Os governos federal, estadual e municipais montaram operações de resgate que seguem em curso.
“As pessoas que estão ajudando também têm famílias, muitas vezes também estão deslocadas, só que não podem ir pra casa. Estão dobrando três dias, quatro dias, às vezes não têm tempo pra tomar um banho. Estão fazendo de tudo pra gente fazer o mais importante que é resgatar vidas, salvar vidas. A fake news desmotiva, espalha inverdade. Mas não podemos nos desmotivar com isso. Temos que estar o tempo todo mostrando o que está acontecendo e mostrando a verdade”, declarou Paiva.
A Polícia Federal informou na última quarta-feira (8) que abriu o inquérito pedido pelo governo federal para apurar a divulgação de conteúdos falsos a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul.
O pedido de investigação foi anunciado no dia anterior pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, também defendeu a apuração e punição de grupos que divulgam desinformação.
“As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news. AGU e PF devem agir para identificar os agentes criminosos para impedir sua ação organizada para prejudicar os resgates e salvamentos”, disse Pimenta.
Um dos citados na solicitação de Pimenta é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que chegou a postar em seu perfil no X (ex-Twitter) que o governo federal teria levado quatro dias para enviar reforços ao Estado, o que não é verdade.
Já o empresário bolsonarista Leandro Ruschel repercutiu no X a informação de que nove pessoas teriam morrido em uma UTI em Canoas, alegação posteriormente desmentida pelo prefeito Jairo Jorge (PSD). O texto do influenciador ainda estabelece uma relação entre o Rio Grande do Sul e o show da cantora Madonna no Rio de Janeiro.
O coach Pablo Marçal, por sua vez, alvo de operação da Polícia Federal no ano passado por suspeita de crime nas eleições de 2022, sustentou a falsa alegação de que o governo do Rio Grande do Sul estaria barrando a entrada de caminhões de doações
. A afirmação foi rechaçada pela Secretaria da Fazenda do Estado. Marçal também chegou a afirmar que um empresário sozinho teria enviado mais helicópteros do que a Força Aérea Brasileira (FAB).
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