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Você viu? Cuidados para se proteger de doenças devem ser adotados durante e após as enchentes

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Estado vive a maior catástrofe natural da sua história. (Foto: Lucas Brunetto/Prefeitura de Lajeado)

Nesse momento crítico de enchentes por que passa a população do Rio Grande do Sul, é vital compreender os riscos à saúde que acompanham tais eventos. Além dos danos materiais, representam uma ameaça à saúde pública. Por isso, os extensionistas da Emater/RS-Ascar estão compartilhando informações importantes que devem ser adotadas para evitar doenças ao lidar com a água das cheias e no retorno aos locais atingidos após os níveis baixarem.

O extensionista e geógrafo do Escritório Central da Emater/RS-Ascar, coordenador das áreas do Saneamento Básico Rural e Gestão Ambiental, Gabriel Katz, ressalta que as águas de enchente se misturam com os esgotos e o lixo, ficando contaminadas. “Essa água que circula no interior das residências, nos espaços públicos em geral, está sujeita à proliferação de vários tipos de doenças, que veiculam através desses recursos hídricos infectados”, lembra.

Para fazer a higienização, necessária tanto nas casas quanto nos espaços comuns das cidades, é preciso realizar a desinfecção do ambiente invadido pela água da enchente. “Para isso, deve ser usado o hipoclorito de sódio a 2,5%, presente também na água sanitária, misturado com água limpa. A medida é um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água. E precisamos nos certificar de que essa água sanitária seja somente de hipoclorito, não contendo alvejante e nem perfume”, recomenda Gabriel.

“É importante também que se evite o contato com a água dessas enchentes. Às vezes é inevitável, porque muitos precisam recolher pertences no ambiente que está alagado, ou salvar pessoas e animais. Então, para isso, é preciso o cuidado para que o tempo de permanência na água seja o menor possível, para não se infectar”, destaca Katz.

O extensionista alerta ainda para a necessidade de uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, botas e roupas impermeáveis, quando possível, dando atenção especial para áreas do corpo como boca, nariz, olhos, mucosas e ferimentos, que podem ser portas de entrada para doenças e devem ser protegidas do contato com a água infectada.

Medicamentos e alimentos que tiveram contato com a água da enchente devem ser descartados, mesmo produtos embalados, que podem ter sido contaminados e não devem ser consumidos. “Procure deixar o terreno limpo, evite entulhos e acúmulo de objetos nos quintais, porque eles favorecem a proliferação de ratos, que podem transmitir a leptospirose. Evitar deixar sobras de alimentos ou ração de animais domésticos ao ar livre, recolha no período da noite. São medidas que contribuem com a segurança e a saúde das famílias, que é a prioridade. Além disso, siga sempre as orientações das autoridades locais e em caso de emergência acione os serviços de socorro”, salienta Gabriel.

Água potável

Entre as muitas dificuldades trazidas pelo fenômeno climático está o da garantia de abastecimento de água potável, o que exige economia do recurso para quem tem as torneiras abastecidas e precaução para os que precisam buscá-lo em fontes alternativas.

“A água que consumimos e economizamos interfere na quantidade disponível nos vizinhos e comunidade como um todo. Então, precisamos adotar uma atitude consciente sobre o uso e a economia da água. Sabemos que se trata de um recurso natural essencial para a manutenção da vida e, neste momento de crise climática, em que muitas pessoas perderam tudo, atitudes simples de quem ainda tem a possibilidade de acessar a água podem colaborar para que mais pessoas tenham acesso. Assim, controle o uso da torneira, não tome longos banhos e de forma alguma lave veículos, pisos e calçadas que não sejam de áreas que não tenham sido atingidas pela enchente. Podemos ainda reaproveitar a água do banho para o uso na descarga dos vasos sanitários, colocando baldes ou bacias embaixo do chuveiro”, sugere Katz.

Existem maneiras de tratar a água para o consumo humano de forma simples e segura. “A água proveniente de fontes alternativas deve ser filtrada através dos filtros caseiros de barro ou mesmo de papel, comumente utilizados para coar café. Depois de filtrada, ferva a água por cinco minutos antes de beber. Caso não seja possível ferver a água, pode-se utilizar também o hipoclorito de sódio ou água sanitária e deixar em repouso por 30 minutos, mas certifique-se de que a água sanitária seja apenas de hipoclorito de sódio, ela não pode ter alvejante ou perfumes. Sobre as dosagens do hipoclorito na água, para um litro de água, duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5%. Para 20 litros de água, uma colher de chá de hipoclorito de sódio; já 200 litros de água demandam uma colher de sopa e, para mil litros de água, dois copinhos de café descartáveis de hipoclorito de sódio”, finaliza Gabriel.

Estas precauções são fundamentais para proteger a saúde pessoal e das famílias. Priorize sempre o consumo de água segura e evite riscos desnecessários.

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