Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2024
Durante sua 59ª passagem próxima a Júpiter em 7 de março, a missão Juno da Nasa (a agência espacial norte-americana) avistou pela primeira vez a quinta lua de planeta, Amalthea, transitando pela Grande Mancha Vermelha. A captura das imagens proporciona aos astrônomos uma visão rara desse pequeno, mas intrigante satélite natural.
Amalthea, descoberta em 1892 por Edward Emerson Barnard, é a quinta maior das 95 luas conhecidas de Júpiter, com dimensões modestas, um raio de 84 km e formato irregular parecido com uma batata. Ela é pequena em comparação as luas mais famosas do planeta, como Io, Europa, Ganímedes e Calisto, cada um com milhares de quilômetros de largura.
A lua transita ao redor de Júpiter de dentro da órbita de Io, a mais interna das quatro maiores luas do planeta. Por causa da sua baixa massa, Amalthea não se molda em uma esfera e sua órbita é curta, completando um ciclo em 0,5 dias terrestres.
A origem da cor vermelha do satélite pode ser enxofre proveniente dos vulcões de Io. Entretanto, a explicação da sua alta temperatura é outra: Amalthea emite mais calor do que recebe do Sol, possivelmente devido a interações com o campo magnético e a gravidade de Júpiter. Isso pode ocorrer ao orbitar dentro do poderoso campo magnético do planeta, porque as correntes elétricas são induzidas no núcleo da lua. O calor também pode vir de tensões de maré causadas pela gravidade de Júpiter.
De acordo com comunicado da Nasa, as observações sobre a emissão de calor de Amalthea foram feitas pelo instrumento JunoCam, comandado pelo cientista Gerald Eichstädt. No momento da captura da primeira imagem, a espaçonave Juno estava a cerca de 265 mil quilômetros acima das nuvens de Júpiter, em uma latitude de aproximadamente 5 graus ao norte do equador.
Antes das novas evidências, as melhores imagens dessa lua tinham sido registradas pela espaçonave Galileo, em 2000, que revelou sua superfície vermelha, crateras, colinas e vales. A partir dessas observações os astrônomos deduziram que Amalthea é pouco mais do que um amontoado de entulho frouxamente mantido, em vez de uma rocha sólida.
O mistério sobre a emissão de calor adicional dessa lua ainda não foi resolvido, mas pode ser resultado de aquecimento tidal e indução de correntes elétricas pelo campo magnético de Júpiter. Apesar de ser menos conhecida que suas luas maiores e mais famosas, Amalthea continua a intrigar os cientistas por sua complexidade e peculiaridades. As informações são da revista Galileu.