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Rio Grande do Sul Secretaria da Educação promove Pedagogia da Emergência para acolher comunidades escolares afetadas no Rio Grande do Sul

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Foco da iniciativa é fornecer apoio emocional e auxiliar pessoas que vivenciaram situações traumáticas

Foto: Cainan Silva/Ascom Seduc
Foco da iniciativa é fornecer apoio emocional e auxiliar pessoas que vivenciaram situações traumáticas

Para apoiar crianças, jovens e a comunidade escolar afetados pelas enchentes, a Seduc (Secretaria da Educação) promove um trabalho de acolhimento focado em minimizar os impactos emocionais da crise climática e ambiental no Rio Grande do Sul. Em colaboração com o Núcleo de Cuidado e Bem-Estar da Seduc, uma equipe da Associação da Pedagogia de Emergência começou a atuar na Rede Estadual de Ensino na segunda-feira (20).

O grupo de 30 voluntários realizará a intervenção durante um mês, sendo que as duas primeiras semanas de atuação serão concentradas em escolas estaduais de Porto Alegre e Canoas, locais fortemente atingidos pelos alagamentos e inundações. Depois, a equipe seguirá para o Vale do Taquari, região onde a Pedagogia de Emergência atuou durante as enchentes de 2023, auxiliando na época mais de mil alunos.

A Escola Gomes Carneiro, no bairro Vila Ipiranga, em Porto Alegre, foi uma das primeiras instituições de ensino a receber as práticas pedagógicas. A coordenadora Cristiane Vianna ressaltou que o lugar recebeu famílias desabrigadas pelas enchentes e que, portanto, existe um reconhecimento prévio na escola sobre a importância de um olhar acolhedor. “Como eles tiveram um acolhimento forte nos primeiros dias do trauma, isso fortaleceu muito. Eles foram cuidados, não ficaram com desconhecidos, sempre teve alguém, um monitor, um voluntário para atender, e isso fez a diferença”, reforçou Cristiane.

A metodologia pedagógica traz ferramentas que buscam ajudar quem precisa de apoio após vivenciar uma experiência traumática. “Trata-se de um programa de reestruturação psíquica da força das crianças”, explicou o vice-presidente e cofundador da Associação da Pedagogia de Emergência, Paulo Roberto Vicente.

Ele destacou que o atendimento é realizado quando já existe um espaço que proporciona condições de segurança física para os atingidos pela situação de crise. “As circunstâncias da catástrofe pedem uma criatividade específica. Por exemplo, quando a gente vai a um abrigo que é um grande galpão, que não tem divisão de salas, a gente precisa criar esse ambiente, separado de acordo com a idade e as necessidades da criança”, disse.

A pedagoga de emergência, Valentina Pasinato, ressaltou também o esforço logístico para reunir a equipe de forma segura. “O pessoal vem de regiões diferentes, como São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A gente também teve a preocupação de ver se os locais estavam se sentindo estabelecidos o suficiente para que nós pudéssemos realizar as atividades”, enfatizou.

A partir de um levantamento do número de crianças e da faixa etária, os estudantes são divididos em grupos, conforme a idade. As ações e oficinas buscam trabalhar de forma integrativa, levando em consideração questões emocionais, comportamentais e corporais. Os participantes são envolvidos em um espaço lúdico e coletivo que também inclui músicas, brincadeiras, rodas de dança, conversas, trabalhos manuais e atividades rítmicas.

A pedagoga de emergência, Joselaine Fucks, afirmou que os sintomas físicos (como palpitações, falta de ar e distúrbios do sono) podem ser indicativos iniciais de problemas emocionais e se manifestam em contextos de crise. Para ela, a Pedagogia de Emergência visa estimular áreas cerebrais relacionadas ao pensamento e aos sentimentos.

“A ideia é reequilibar esses sistemas que são afetados quando a criança ou jovem passa por uma situação de trauma. É um trabalho preventivo para gerar essa confiança e esse restabelecimento em si e no mundo”, concluiu a pedagoga.

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