Quarta-feira, 06 de novembro de 2024
Por Caio Bruno | 22 de maio de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Uma das maiores tragédias climáticas da história do Brasil se abateu sobre o Rio Grande do Sul há algumas semanas com as enchentes que atingiram 85% do estado e que deixaram até agora mais de uma centena de mortos, milhares de desabrigados e levaram aos gaúchos enormes perdas econômicas e sociais.
Desde os primeiros sinais de que havia um evento fora do normal, o Governo Federal se fez presente no Rio Grande do Sul em trabalho conjunto com o Governo do Estado. Lula (PT), visitou o local 3 vezes em 10 dias sempre acompanhado do governador Eduardo Leite (PSDB).
Em suas aparições in loco o presidente anunciou medidas financeiras de apoio à população e à reconstrução gaúcha e forte presença de sua gestão para mitigar os efeitos da catástrofe, como por exemplo, a participação das Forças Armadas e dos Ministérios no acolhimento, amparo e salvamento dos habitantes. Sua mais recente ação foi a criação da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul chefiada pelo ex-ministro da Comunicação Social e deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
Já Leite vestiu o colete laranja da Defesa Civil e anuncia as medidas que sua administração toma em todo o estado, visitando abrigos e cidades onde divulga destinação de verbas e também orientando sobre doações.
Enquanto a comunicação de Lula, principalmente focada no digital, inunda as redes sociais com cards estáticos recheado de números sobre repasses de recursos, efetivos de tropas e quantidade de doações, a de Leite o transformou em garoto propaganda da crise, fazendo lives, reuniões e agradecendo o auxilio recebido.
Ambas têm falhas. Não há a prestação de serviço adequada, não há o tom emocional e humano que deve ditar situações como essas e pouca coisa de palpável a oferecer para uma gente que perdeu bens materiais e, de alguma maneira, sua história e a da família.
Sem dúvidas, o Governo Federal desempenha papel presente na situação do Rio Grande do Sul com ações efetivas, mas não consegue converter isso em realizações e proveito próprio. Já o Governo gaúcho passa a imagem de estar mais letárgico, o que de certa forma é até natural diante da magnitude do fato, e com isso não consegue transmitir o alento e a força que a população necessita.
Não bastasse o caos em si e as falhas, ainda há que se enfrentar a produção profissional e maquiavélica de fake news de toda sorte produzidas por grupos políticos ligados à extrema-direita e demais irresponsáveis que parecem terem perdido a humanidade, a empatia e a compaixão e vivem um vale tudo contra opositores somente pensando em ganhos políticos-eleitorais. Mesmo que isso possa causar mortes e mais tragédias.
As batalhas serão longas. Contra as mentiras orquestradas e para reconstruir o Rio Grande do Sul.
Caio Bruno é jornalista e especialista em Marketing Político
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.