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Rio Grande do Sul Ministro Paulo Pimenta diz que a “tragédia no RS não irá impactar na inflação”

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Escolha de Pimenta para coordenar as ações federais no RS foi alvo de críticas porque o ministro é cotado para ser candidato a governador em 2026. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Responsável por coordenar a ajuda federal ao RS, o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, afirma tragédia climática no RS tem reflexos em todas as áreas da atividade econômica do Estado, mas não deve impactar na inflação.

“Toda a logística foi comprometida, isso vai ter um efeito muito grave na economia. Mas não acredito que isso impacte na inflação, pois ao mesmo tempo que nós estamos vivendo essa tragédia, há a necessidade de um intenso investimento para a recuperação da capacidade do estado e um investimento para que as pessoas tenham uma capacidade de consumo para poder recomeçar. Como o governo federal está oferecendo crédito com carência, com juro zero, nós vamos ter capacidade de resolver”, frisou em entrevista.

Para o ministro, o sistema de combate às cheias de Porto Alegre acabou falhando e se tornando parte do problema. Para Pimenta, a União poderia se encarregar dessas políticas e estruturas de prevenção, como aconteceu no passado, mas lembra que, há mais de 30 anos, durante o governo de Fernando Collor (1990-1992), essas estruturas foram municipalizadas.

Gaúcho de Santa Maria, o petista diz que está com o coração dolorido e molhado, mas é fortemente cotado como o candidato do partido ao governo estadual em dois anos. Sobre o assunto diz que o momento não é para esse debate e refutou matérias da imprensa que sugerem qualquer ruído dele com o governador Eduardo Leite (PSDB). O ministro diz que a forma de se fazer política no estado, na atual situação, não dá espaço para divisões nas forças políticas locais.

Confiante na reconstrução do estado, Pimenta aposta que o pacote de ajuda federal dará as respostas que a população gaúcha espera e garante que após a conclusão da “missão” confiada pelo presidente Lula, retorna para a Secretaria de Comunicação do governo petista. O ministro recebeu a reportagem do Correio, ontem, no hotel, em Porto Alegre, onde vive há mais de 20 dias, desde que chegou para coordenar as medidas do governo federal no atendimento ao Rio Grande do Sul.

Confira alguns trechos da entrevista:

Qual é a avaliação federal sobre as enchentes do RS?

A enchente não é linear, ela se deslocou. Ela começou pela região de Santa Maria, que chegou a ser o epicentro da tragédia, depois ela se deslocou para o Vale do Taquari, até que ela chegou na Região Metropolitana e agora segue em direção a zona Sul do estado. Assim estamos vivendo diferentes etapas, na região central já estamos na fase de reconstrução. Mas aqui em Porto Alegre aconteceu um fenômeno diferente de qualquer outra enchente, com a água ultrapassando os diques de proteção. Como esses diques não conseguiram evitar que as águas entrassem, agora temos a situação inversa, a água não vai sair se não for expulsa. Se esperarmos evaporar, isso pode levar meses. São situações diferentes em diferentes regiões, todas elas precisam da presença do estado além de voluntários. Tem ainda muito trabalho pela frente.

Dezoito bombas para expulsar as águas vieram da Sabesp de SP, por que não existe o equipamento no RS ou com a União?

Existem mais de 50 bombas funcionando nesse momento. O governo federal autorizou que as prefeituras colocassem em seus planos de trabalho as bombas. Todas as cidades alagadas estão com bombas contratadas e, além destas, há as bombas da Sabesp, e da Petrobras, que já estão trabalhando. Mas ainda estamos trazendo mais equipamentos do Ceará. Precisamos lembrar que as Forças Armadas foram fundamentais para trazer, com caminhões e aeronaves, esses sistemas de bombas.

O sistema não funcionou?

Esses sistema de bombas é dos anos 1970, 1960, ele não foi projetado para enfrentar uma situação como o rompimento do dique ou o transbordamento da água, o dilema pós-chuva é como pensar na revitalização desse sistema de proteção da região metropolitana que, obrigatoriamente, vai ter a necessidade de elevar os diques que existem, todos foram feitos para a quota da enchente de 1941, além disso, é necessária uma modernização completa do sistema das casas de bombas que, em tese, seria o mecanismo de segurança que acabou falhando e tornando-se parte do problema.

As informações são do jornal Correio Braziliense.

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