Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 31 de maio de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A agenda oficial de Lula é reveladora do prestígio e a aversão que o petista alimenta em relação aos ministros, nomeados na tentativa de garantir alguma governabilidade. Passados 149 dias de 2024, quatro ministros sequer foram recebidos para despachar com o chefe: Waldez Góes (Integração), Simone Tebet (Planejamento), André de Paula (Pesca) e o general Marcos Amaro (GSI). A lista encurtou porque Celso Sabino (Turismo) finalmente teve o primeiro despacho semana passada.
Me erra
Dos 39 ministros do inchado governo Lula, 18 conseguiram apenas uma reunião privada com Lula, nada além disso.
Pedala
Quando ainda se trumbicava na Secom, Paulo Pimenta foi recebido 7 vezes, mas não porque Lula estava feliz com o ministro da Propaganda.
Porta aberta
Rui Costa, da Casa Civil, tido como o chefe dos ministros e de maior prestígio com Lula, empata com Pimenta em número de despachos.
Na lista
Nísia Trindade (Saúde), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação) e o chanceler decorativo Mauro Vieira tiveram 5 reuniões.
‘Governo Lula é vingativo’, diz representante do agro
Para o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) a administração petista e o presidente Lula adotaram a vingança como política de governo, em especial contra o agronegócio. Em entrevista ao podcast Diário do Poder desta semana, o vice-presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados lamentou “intervenções do governo contra o produtor rural”, como no caso da importação de R$7 bilhões de arroz após as enchentes no Sul, tida pelos próprios arrozeiros como desnecessária.
Motivo torpe
Segundo Nogueira, a grande maioria dos produtores rurais apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, suposta razão pela “vingança”.
Relação limitada
O deputado lamenta que “o governo [Lula] fala, mas faz ao contrário” nas relações com parlamentares: “conversa pouco, quase nada”.
Muitas tragédias
No caso da tragédia no Rio Grande do Sul, “o governo Lula foi no mínimo negligente”, avalia Nogueira.
Universo paralelo
“Liberação de drogas, fim de revistas íntimas, audiência de custódia… vejo que nossos julgadores, inclusive no nosso Supremo, vivem em um universo paralelo, mundo fantasioso, não conhecem as ruas”, avaliou o deputado Sargento Fahur (PSD-PR).
O gato comeu
O governo obteve crédito suplementar de R$3 bilhões para Saúde e intrigou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP): “Pergunta se eu, titular da Comissão de Saúde, sei para onde foram esses bilhões? Não sei”.
Pimenta no olho
Segundo o presidente do PCO, Rui Costa, o governo Lula tem problema de comunicação: “Falta competência, mas também é um problema político. Ninguém está interessado em comunicação chapa branca”.
Sem acertos
“Não identifico um único acerto do governo Lula no enfrentamento à calamidade”, cravou Sanderson (PL_RS). Para ele, o governo Lula errou inclusive ao nomear ministro sem competência para gerenciar a crise.
Nada de ajuda real
Para o deputado Mauricio Marcon (Pode-RS), o maior erro do governo petista foi a lorota de “benefícios” para gaúchos vítimas da enchente: “Lula só fez promessas até agora, ajuda real que é bom, nada!”.
Crítica ou elogio?
O deputado Ricardo Salles (PL-SP) acha que a pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB, Tábata Amaral, “é cruza do [ex-presidente do Novo, João] Amoedo com o [senador] Moro”.
Pena mais dura
Avança na Câmara projeto de Lei que endurece em um terço a pena de prisão para crimes de lesão corporal quando cometido em escolas e hospitais. O texto é da deputada Geovania de Sá (PSDB-SC).
Nosso dinheirinho
Entre créditos não-previstos para 2024 estão R$14 milhões para a Presidência da República “fortalecer políticas” em uma Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Pensando bem…
…a taxação dos sites de “blusinhas” não afeta a primeira-dama, ela só consome produtos de grifes de alto luxo.
PODER SEM PUDOR
Olho eletrificado
Coronel Toniquinho Pereira era chefe político em Itapetininga (SP), quando se viu obrigado a receber o governador, seu adversário, na estação ferroviária de Iperó. Cheio de má vontade, assim que o trem chegou à estação, Toniquinho foi logo reclamando do chefe da estação: “Entrou uma fagulha no meu olho…” O homem descartou: “O trem é elétrico, coronel, não solta fagulha.” Toniquinho concluiu: “Então foi um quilowatt!”
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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