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Saúde Percentual de gordura corporal: saiba para que serve essa medida e qual o jeito mais correto de conferi-la

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Habilidade do avaliador é essencial para chegar ao número mais próximo da realidade. (Foto: Reprodução)

O percentual de gordura se refere à proporção de massa gorda que temos no corpo – e aqui começam os problemas. Primeiro, existe apenas um método padrão-ouro para medir esse tecido: a dissecação de cadáver. Sim, isso mesmo. O método mais preciso para medir a gordura corporal envolve separar e pesar cada depósito de gordura do corpo. Para aqueles que prezam o rigor científico em suas vidas, boa sorte na próxima avaliação corporal!

Usado na ciência em modelos animais e para desenvolver as principais fórmulas de composição corporal utilizadas hoje, esse é o método mais confiável e complicado que temos. Por isso, até mesmo o termo “avaliação corporal” é impreciso. O correto seria dizer que vamos estimar a composição corporal, pois é isso que as fórmulas e os diferentes métodos realmente fazem.

Métodos utilizados

Há diversos métodos que podem ser utilizados para estimar o percentual de gordura, mas, quando falamos da prática clínica, os principais são: DXA, bioimpedância e dobras cutâneas.

DXA (densitometria por absorção de raios-X de dupla energia) – Dentro da prática clínica, esse método também poder ser considerado como padrão-ouro. Conhecido por avaliar principalmente a densidade mineral óssea, ele é o melhor método para avaliar a composição corporal. Geralmente está presente apenas em laboratórios de exames por imagem e é amplamente utilizado em pesquisas científicas.

Bioimpedância – Cada vez mais popular, é um dos métodos mais complicados. Ela funciona por meio da passagem de uma corrente elétrica que é conduzida pela água corporal. Existem diferentes tipos de dispositivos: bipolares (pés ou mãos) ou tetrapolares (pés e mãos). Inserem-se os dados da pessoa e, ao ligar o aparelho, é calculado o tempo que a corrente demora para atravessar o corpo. A partir daí, levando em conta os tecidos corporais presentes no percurso da corrente e quanto de água cada tecido possui, em média, o aparelho possui uma fórmula para estimar as quantidades de massa gorda e de massa magra são encontradas no caminho.

Deu para perceber onde pode ocorrer erro? Se o nível de água no corpo variar muito – por causa de fatores como estado de hidratação e retenção, oscilação hormonal (como a TPM) e uso de medicamentos –, o resultado ficará comprometido. O ideal é, como recomenda o fabricante, que a pessoa esteja nas mesmas condições em cada medição, o que nem sempre é possível na vida real. Existem academias que deixam essa balança livre para o aluno medir quando quiser. Isso não faz o menor sentido!

Dobras (ou pregas) cutâneas – Esse método mede a espessura da gordura subcutânea, localizada embaixo da pele. Usando um aparelho chamado adipômetro, o avaliador mede a espessura da pele e da gordura em diferentes locais padronizados no corpo, como braços, barriga, costas e pernas. As medidas coletadas são inseridas em fórmulas específicas (existem mais de 200 diferentes para o avaliador escolher) e, assim, estima-se o percentual de gordura do paciente. Nesse método, o principal fator de interferência é a habilidade técnica do avaliador.

Novos parâmetros

Um estudo recente propõe um percentual de gordura de referência para substituir o famigerado IMC. Para chegar a esse número, os pesquisadores correlacionaram os dados de saúde com o resultado de percentual de gordura do DXA de quase 17 mil adultos e chegaram aos seguintes percentuais de referência, tanto para mulheres quanto homens:

* Homens: sobrepeso acima de 25%, e obesidade acima de 30% de gordura
* Mulheres: sobrepeso acima de 36%, e obesidade acima de 42% de gordura

Um dado interessante do estudo é a grande variabilidade de diferentes percentuais de gordura para um mesmo IMC. Por exemplo: dentro do IMC de 30,0 kg/m2, em que a pessoa seria classificada como obesa, era possível encontrar participantes com percentual de gordura variando de 18% a 52% – ou seja, de bem magros a bem gordos –, o que reforça a fragilidade do IMC.

Para ser considerada confiável, essa nova proposta de percentuais de referência ainda precisa ser confirmada por outros estudos e, paralelamente, a ciência segue buscando alternativas que se mostrem melhores que as atuais.

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