Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2024
A presidente da Suíça reconheceu a necessidade da Rússia ser incluída nas futuras negociações.
Foto: ReproduçãoA maioria dos 90 países que participaram da Cúpula da Paz para a Ucrânia na Suíça apoiou a declaração final do evento, afirmou a presidente suíça Viola Amherd neste domingo (16). Algumas nações não assinaram o documento, incluindo o México, a Arábia Saudita e a Índia.
Amherd disse no encerramento da reunião na cidade suíça de Buergenstock, que o conteúdo do comunicado final pede pela utilização segura da energia nuclear, a proteção das rotas de navegação marítima e o regresso das crianças deslocadas e dos civis detidos ilegalmente.
A presidente da Suíça reconheceu a necessidade da Rússia ser incluída nas futuras negociações e disse que a Carta das Nações Unidas deve ser respeitada.
“O apoio dos líderes mundiais demonstra que o Estado de Direito Internacional pode ser restaurado, disse o presidente ucraniano”, Volodymyr Zelensky, na conferência neste domingo (16).
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, rejeitou uma proposta de paz apresentada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, dizendo que se tratava de uma “visão completamente absurda”.
Sullivan acrescentou durante a sessão plenária de encerramento neste domingo que atender às exigências de Moscou tornaria Kiev ainda mais vulnerável a novas agressões.
A ministra das Relações Exteriores mexicana, Alicia Barcena Ibarra, disse que não havia apoio internacional para nenhuma iniciativa de paz. Alguns aliados europeus disseram que era necessário um alcance mais amplo.
Moscou, que não foi convidado e deixou claro que não queria participar, classificou o evento como uma perda de tempo. A Rússia apresentou propostas rivais à distância. A China foi outra ausência notável.
Brasil
O Brasil foi um dos países que não assinaram, o comunicado final da Cúpula para a Paz na Ucrânia, documento que pede o envolvimento de todas as partes nas negociações para alcançar a paz e “reafirma a integridade territorial” ucraniana.
Em entrevista coletiva na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que disse à presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, que tomou a decisão de não ir ao encontro internacional deste domingo porque o Brasil só participaria da discussão sobre a paz quando os dois lados em conflito, Ucrânia e Rússia, estiverem sentados à mesa.
“Porque não é possível você ter uma briga entre dois e achar que se reunindo só com um, resolve o problema.”
Diante do impasse dos dois chefes de Estado, Lula afirmou que o Brasil já propôs, em parceria com a China, uma negociação efetiva para a solução do conflito.
“Como ainda há muita resistência, tanto do Zelensky (Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia), quanto do Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia), de conversar sobre paz, cada um tem a paz na sua cabeça, do jeito que quer, e nós estamos, depois de um documento assinado com a China, pelo Celso Amorim [assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil] e pelo representante do Xi Jinping [presidente da República Popular da China] , estamos propondo que haja uma negociação efetiva.”
“Que a gente coloque, definitivamente, a Rússia na mesa, o Zelensky na mesa, e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra. Na paz, ninguém precisa morrer, não precisa destruir nada. Não precisa vitimar soldados inocentes, sobretudo jovens, e pode haver um acordo. Quando os dois tiverem disposição, estamos prontos para discutir”, acrescentou o presidente.
Ao encontro internacional deste domingo, o Brasil enviou a embaixadora do Brasil na Suíça, a diplomata Claudia Fonseca Buzzi. O presidente ucraniano também esteve na cúpula para obter apoio internacional para o seu plano de acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa.