Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no sábado (15) que o Brasil é uma “encrenca” e disse que, quando vai a Brasília, “não dialoga com o servidor público propriamente dito”, mas vai lá para “se defender do que está acontecendo”.
As afirmações foram feitas durante participação do ministro no evento Despertar Empreendedor, promovido pelo Instituto Conhecimento Liberta.
“Quando a gente vai para Brasília, a gente não dialoga com o servidor público propriamente dito, a gente vai lá para se defender do que está acontecendo”, afirmou o ministro.
“A todo momento você fica apreensivo. Que lei vamos aprovar? O que nós vamos fazer? Que maluquice é essa? Do que estão falando? Por que não se dedicam a coisas sérias, que vão mudar a vida das pessoas? Para que essa espuma toda? Para criar cizânia na sociedade, briga na família?”, disse no evento, em referência ao projeto recentemente votado na Câmara dos Deputados que equipara o aborto ao crime de homicídio.
As falas de Haddad vieram em resposta à pergunta feita pelo mediador da palestra sobre o papel do ministro como servidor público.
As afirmações de Haddad também vêm após uma semana dura para o governo federal – e em especial para o próprio ministro.
Segundo informações do blog de Andreia Sadi, do portal de notícias G1, Haddad tem recebido pressão de setores do PT (Partido dos Trabalhadores) e sido questionado pelo mercado financeiro sobre sua capacidade de concretizar a agenda econômica e alcançar o equilíbrio fiscal.
Na última semana, por exemplo, o ministro chegou a afirmar que a equipe econômica vai intensificar a agenda de trabalho em relação aos gastos públicos e que deve focar na revisão de despesas ao longo das próximas semanas.
As declarações vieram após uma forte reação negativa dos mercados a falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando reiterou que não consegue discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia”.
Além disso, no começo da semana, a notícia de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) havia decidido devolver ao presidente Lula os trechos da Medida Provisória do PIS-Cofins que restringiram a compensação de créditos do tributo, também colaborou para a percepção de “fritura” do ministro da Fazenda.
A decisão de Pacheco foi vista como uma derrota para o governo, uma vez que Haddad já havia sinalizado que buscava, com a MP, cobrir perdas de arrecadação com a manutenção da desoneração da folha de pagamento. A estimativa é que a medida gerasse um aumento de R$ 29 bilhões na arrecadação deste ano.
Nesse cenário, o presidente Lula voltou a defender o ministro. Neste sábado, ao final da viagem que fez à Suíça e à Itália para encontros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do G7, grupo que reúne nações democráticas mais ricas do mundo, Lula afirmou que, enquanto estiver no cargo, Haddad “jamais ficará enfraquecido”.
“O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for o presidente da República porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim”, disse. As informações são do portal de notícias G1.