Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2024
É um dia que nenhum homem espera: olhar no espelho e admitir que sua calvície é real ou sentir a brisa no alto da cabeça. Até metade dos homens deve experimentar algum tipo de calvície aos 50 anos, e ainda mais depois disso.
Mesmo que a genética e os hormônios desempenhem papéis importantes na queda de cabelo, os mecanismos exatos não são totalmente compreendidos. Razão pela qual os tratamentos para conter ou reverter a calvície continuam imperfeitos, segundo o médico Arash Mostaghimi, do hospital Brigham and Women’s, nos Estados Unidos. No entanto, existem algumas coisas a serem feitas antes e depois que esse dia fatídico chegar.
O que causa a calvície masculina?
A cabeça humana média contém cerca de 100 mil fios de cabelo. Cada um está conectado a um folículo, que pode conter de um a cinco fios de cabelo.
“O folículo é basicamente um órgão próprio. Ele tem suas próprias células-tronco e regenera”, explica Mostaghimi.
Normalmente, segundo o médico, a queda de cabelo nos homens ocorre devido ao aumento de uma enzima no couro cabeludo que converte a testosterona em uma forma mais potente, chamada diidrotestosterona (ou DHT). No entanto, as razões pelas quais um homem pode ter mais DHT do que outro também não são bem compreendidas, mas têm um componente genético.
Quando os homens têm muito DHT no couro cabeludo, o hormônio inicia um processo complexo que leva à miniaturização dos fios, no qual os cabelos e folículos começam a encolher. Por isso, os homens frequentemente têm cabelos mais finos ou até mesmo penugens onde estão ficando carecas.
Essa queda de cabelo ocorre em uma sequência previsível: primeiro ao redor das têmporas, depois no topo da cabeça, onde níveis aumentados e atividade da enzima e da testosterona modificada são encontrados, segundo Mostaghimi. Daí a frase “calvície de padrão masculino”.
Procurar ajuda
O médico Danilo C. Del Campo, especializado no assunto, recomenda uma consulta com um dermatologista caso esteja preocupado com a calvície. Principalmente, antes que essa preocupação seja mais séria. Os medicamentos geralmente são melhores para prevenir a queda de cabelo do que para revertê-la.
Os dermatologistas costumam recomendar dois medicamentos: o famoso minoxidil e a finasterida.
Segundo Del Campo, tomar finasterida oral apresenta um pequeno risco de disfunção erétil, que geralmente termina quando o paciente para de tomá-la. “Isso é algo que levo a sério quando discuto o assunto com pacientes”, afirma.
Comparar a finasterida com o minoxidil é complicado, de acordo com Mostaghimi, pois os estudos muitas vezes medem os resultados de forma diferente. O minoxidil, por exemplo, obteve notas melhores para o crescimento do cabelo, enquanto a finasterida costuma ser considerada melhor para mantê-lo.
“É geralmente aceito que o tratamento combinado funciona melhor do que qualquer coisa sozinha”, defende a médica Carolyn Goh, professora de Dermatologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Existem algumas outras opções, mas os especialistas dizem que não são terapias isoladas e devem ser usadas juntamente com medicamentos. Uma alternativa são as injeções de plasma rico em plaquetas (PRP). Nesse processo, o sangue de um paciente é coletado, seu plasma separado e injetado de volta no couro cabeludo.
Uma meta-análise recente concluiu que PRP tinha potencial para alguns pacientes, mas era difícil atestar isso com segurança, porque todos os estudos foram realizados de formas diferentes. Especialistas, como Del Campo, não recomendam o método isoladamente.
Outra opção é a terapia com luz laser de baixa intensidade — geralmente na forma de capacetes ou pentes. Mas pode ser difícil para os pacientes distinguir entre dispositivos médicos legítimos e fraudes: eles devem ser vistos apenas como um complemento a outras terapias.
Alguns dermatologistas veem o transplante o padrão-ouro da restauração capilar. Durante um transplante capilar, os folículos são removidos de um local e realocados onde for necessário. Isso pode ser feito removendo uma faixa da parte de trás do couro cabeludo ou realocando folículos individuais ao redor da cabeça.
Porém, o processo tem suas ressalvas. Primeiro, um transplante muitas vezes não fornece resultados imediatos. A linha do cabelo original ainda continua a diminuir e, por isso, a habilidade do cirurgião é importante. Os pacientes também verão os melhores resultados quando continuarem a usar a medicação. O procedimento também é a opção mais cara. As informações são do O Globo.