Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2024
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “viajando” ao citá-lo como adversário em uma eventual disputa pelo Planalto em 2026. As críticas vieram após o governador prestigiar uma cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em homenagem ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a quem Tarcísio chamou de “meu ET favorito”. Para Lula, Campos Neto “tem lado político”. O presidente do BC tem sido alvo de críticas de Lula por conta da taxa básica de juros, a Selic.
Tarcísio disse que foi à cerimônia porque entendeu que “era importante”. “Porque tenho amizade. É um cara que eu admiro muito, é um cara extremamente preparado”, disse na quarta-feira (19).
Eleição na capital
Tarcísio também disse que existe uma indefinição a respeito de quem será o indicado para compor como vice a chapa liderada pelo prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição.
“O que acontece é que todos os partidos que fazem parte dessa frente ampla tem excelentes nomes. Então, existem pretendentes. O Republicanos tem muitos nomes, União Brasil tem excelentes nomes, o PL tem excelentes nomes”, disse. “Agora, a melhor questão é a gente escolher o melhor nome e escolher rápido. Eu acho que é isso que todo mundo quer”.
Segundo o governador, “obviamente, existe, às vezes, um pouco de divergência sobre qual é o melhor nome”. “Agora, não há divergência sobre qual é o melhor projeto”.
Tanto os afagos de Tarcísio a Campos Neto quanto o jantar com Huck e a aproximação com o Supremo causaram incômodo no chamado “núcleo duro” do bolsonarismo, que enxerga na movimentação do governador de São Paulo uma tentativa de se “descolar” do padrinho político e tentar se cacifar ao Planalto.
Bolsonaro e seu circuito mais próximo ainda alimentam a esperança de que o ex-presidente, que está inelegível até 2030 por decisão do TSE, possa concorrer à sucessão de Lula em 2026, em uma reviravolta jurídica que hoje parece altamente improvável.
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e amigo de Bolsonaro, bateu duro em Tarcísio. “A inelegibilidade de Bolsonaro é extremamente frágil e não acredito que o TSE irá mantê-la. Não tem que se falar nada sobre quem vai substituir Bolsonaro. Ninguém vai. Quando é que você viu uma declaração do governador falando que é absurdo? Eu não vi Tarcísio falar isso”, afirmou. Dias depois, o governador respondeu: “Um pastor me descascou porque disse que quero substituir o Bolsonaro. O cara não me conhece”.
Nas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, publicou, em 10 de junho, uma mensagem enigmática na qual criticou a suposta tentativa de setores da direita de “substituir” Bolsonaro na liderança desse campo – fazendo coro à tese de Malafaia. “É um movimento que quer substituir o outro pisando na cabeça dos que se doaram e se doam para que, inclusive, eles chegassem até aqui”, escreveu, sem citar nomes. “Isso não é direita, isso é oportunismo barato de quem não tem humildade. É cristalino e triste. Todos poderiam crescer e o Brasil agradeceria. Entretanto, essa estratégia suja não é digna de quem tem caráter para substituir. Trata-se somente de se colocar no jogo e ser aceito pelo sistema. Simples e baixo.” As informações são da CNN e do portal InfoMoney.