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Brasil Mercado financeiro reage com descrédito à campanha de uma ala do PT para indicar André Lara Resende para a presidência do Banco Central

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Economista André Lara Resende teve nome defendido ao Banco Central por uma ala do PT. (Foto: Reprodução)

Apesar do respeito à trajetória de um dos mentores do Plano Real, executivos de grandes instituições avaliaram, sob condição de anonimato, que os petistas “colocaram o bode na sala”. Ou seja, ventilaram um economista de perfil heterodoxo para criar tensão, marcar posicionamento político, para depois o governo ter como “apresentar calmaria” com um nome já precificado no mercado. Alguns representantes do mercado financeiro reagiram com descrédito à campanha de uma ala do PT para indicar André Lara Resende para a presidência do Banco Central.

Atualmente, Lara Resende é considerado um expoente da Teoria Monetária Moderna. A MMT (sigla em inglês) considera que os governos podem expandir gastos e emitir o quanto quiserem de moeda local para financiar suas dívidas. Para os ortodoxos, isso retomaria o risco de hiperinflação.

Saiba mais

André Lara Resende Resende integrou a diretoria do Banco Central (BC) em meados dos anos 1980, durante o governo José Sarney, período em que participou da elaboração do Plano Cruzado, ao lado de Arida (diretor da Área Bancária do BC) e dos ministros do Planejamento, João Sayad, e da Fazenda, Dilson Funaro, entre outros. A iniciativa de estabilização econômica teve um bom começo, mas acabou fracassando em seu principal objetivo, o de combater a inflação.

Resende deixou o BC e ficou cerca de seis anos afastado da vida pública até que, em 1993, durante o governo Itamar Franco, foi negociador-chefe da dívida externa. Dois anos depois, com a eleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC), tornou-se assessor especial da Presidência e integrou a equipe econômica que implementou o Plano Real.

Em abril de 1998, assumiu a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), função que exerceu por apenas sete meses. Ao deixar o comando da instituição de fomento, seguiu sua carreira na iniciativa privada, integrando conselhos consultivos e de administração de grandes empresas, além de ocupar cargos executivos.

Em 2018, após anos dedicados ao universo acadêmico, foi um dos assessores do plano econômico da então candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede). Ele volta à cena política, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva  para o Palácio do Planalto. No início de novembro, aceitou compor o grupo técnico econômico da equipe de transição de governo.

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