Por Redação O Sul | 25 de junho de 2024
Indicação deve ser confirmada em novembro, prevê o governo
Foto: EBCO delegado da PF (Polícia Federal) Valdecy Urquiza foi indicado pelo Comitê Executivo da Interpol – a Polícia Internacional – para ser seu próximo secretário-geral (presidente) no período de 2025 a 2030. De acordo com o governo brasileiro, a escolha deve ser confirmada em novembro pela Assembleia Geral da da corporação. Essa poderá ser a primeira vez em 100 anos que um brasileiro comandará a instituição.
“Estou profundamente grato pela confiança depositada em mim pelos representantes da comunidade global ao ser indicado como o próximo secretário-geral. Agradeço também à Polícia Federal e as demais instituições brasileiras pelo apoio fundamental nessa conquista histórica”, declarou Urquiza após saber da indicação.
O governo brasileiro também comentou a indicação dizendo que ela representa o reconhecimento da comunidade internacional da competência da PF no combate ao crime.
A Interpol é a maior organização policial do mundo, com 196 países-membros, e tem sede em Lyon, na França. A instituição permite que as polícias de todos os seus integrantes compartilhem informações e acessem dados sobre crime e criminosos em nível global. Também fornece suporte técnico e operacional.
O atual presidente da instituição é Ahmed Naser Al-Raisi, dos Emirados Árabes Unidos. Segundo ele, o aumento significativo do crime internacional indica que “o trabalho da Interpol nunca foi tão importante e demanda um secretário que atue de maneira neutra, em conjunto com os demais países:
“Urquiza impressionou o Comitê Executivo com sua experiência, visão e compromisso com o policiamento internacional. Ele traz experiência significativa de policiamento, como policial sênior no Brasil, ex-membro da equipe da Interpol e como vice-presidente da Interpol para as Américas”.
Urquiza é um dos três vice-presidentes da Interpol, ao lado do belga Peter de Buysscher e do nigeriano Garba Baba Umar. Em entrevista de fevereiro deste ano, ele defedeu que a agência deveria eleger novo secretário-geral oriundo de nação em desenvolvimento, a fim de diversificar e aumentar sua legitimidade em um mundo cada vez mais polarizado.
O delegado é diretor de cooperação internacional da PF e, desde 2021, é vice-presidente para as Américas do Comitê Executivo da Interpol. Urquiza diz querer elevar a participação feminina nos cargos de comando do órgão: até fevereiro passado, mulheres eram 43% das representantes da Interpol, mas não chegavam a 10% em postos do alto escalão.
Como funciona a eleição
Principal cargo da instituição, o secretário-geral tem mandato de cinco anos, renováveis por outros cinco. O processo de seleção começou há quase um ano. Todos os países-membros foram convidados a apresentar candidatos até 31 de janeiro.
Desde então, o Comitê Executivo da Polícia Internacional passou quatro dias avaliando as candidaturas, chegando a poucos nomes. Esses candidatos foram entrevistados neste mês e agora será a vez de o comitê decidir qual nome indicará para a Assembleia Geral.
Junto com a candidatura, o colegiado entrega um relatório para a assembleia, descrevendo os detalhes que levaram à escolha do indicado e, também, o currículo do candidato. Cada país votará de forma anônima e o indicado é eleito se atingir a maiorias simples (metade mais um) dos votos a favor.
