Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2024
Anna embarcará em Portugal em um voo para o Brasil e se apresentará à PF assim que chegar.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos DeputadosA Justiça Federal revogou a prisão preventiva de Anna Ramos Saicali, ex-diretora das Lojas Americanas. Ela era procurada desde quinta-feira (27) pela Polícia Federal (PF). A decisão é do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, que atendeu a um pedido da própria PF.
De acordo com a determinação judicial, o pedido de prisão foi substituído por uma medida cautelar de proibição de ausência do país. Ou seja, Anna embarcará em Portugal em um voo para o Brasil e se apresentará à PF assim que chegar, o que deve acontecer neste domingo (30).
A Vara Federal vai retirar o nome de Anna Saicali do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e comunicar a Interpol para que o nome dela deixe a lista de procurados da instituição, a chamada Difusão Vermelha.
Assim que chegar ao Brasil, a executiva deve entregar o passaporte à polícia para ser apreendido.
O advogado de Anna Saicali deve juntar ao processo o comprovante de compra da passagem de retorno ao Brasil com saída de Lisboa no domingo. Uma equipe da Interpol brasileira estará no aeroporto à espera de Anna no Rio.
Resultados financeiros
Segundo a investigação, os resultados financeiros da Americanas foram maquiados para demonstrar um falso aumento de caixa que valorizava artificialmente as ações da companhia na bolsa de valores brasileira, a B3.
De acordo com o Ministério Público Federal, Gutierrez pedia para que os balanços financeiros fraudados lhe fossem enviados em pen drives, para que não fossem rastreados.
A Polícia Federal afirma que Gutierrez vinha se empenhando em blindar seu patrimônio logo após deixar seu cargo na Americanas, “sabendo que o escândalo iria explodir”.
Segundo as investigações, Gutierrez criou um “engenhoso esquema societário” que inclui o envio de diversas remessas de valores a offshores sediadas em paraísos fiscais. Offshores são rendimentos obtidos fora do Brasil, por meio de aplicações financeiras ou empresas no exterior.
Defesa
“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”, disse, em nota, a Lojas Americanas.