Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2024
Em editoriais publicados na noite dessa sexta-feira (28), os jornais “The New York Times”, “The Wall Street Journal” e “Financial Times” e a revista “The Economist” pediram que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista de concorrer à reeleição para a presidência do País.
Nos editoriais, as publicações expressam preocupação com ameaças à democracia que poderiam representar um eventual novo mandato de Donald Trump e dizem achar que Biden não conseguiria derrotar o adversário – os dois concorrem à presidência nas eleições deste ano, que marcadas para 5 de novembro.
Biden, de 81 anos, teve um desempenho ruim no primeiro debate eleitoral para as eleições de 2024 com o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, na noite de quinta-feira (27), o que fez membros de seu partido e a imprensa norte-americana levantarem a possibilidade de que ele deixasse a corrida à Casa Branca. Caso eleito, ele deixaria o poder com 86 anos.
Em seu editorial, o “The New York Times” afirma que Biden apareceu no debate “à sombra de um grande servidor público” e de “um presidente admirável que já foi”, frisa que, “mais de uma vez, ele teve dificuldade para chegar ao fim de uma frase” e diz que o presidente dos EUA “já não é o homem que era há quatro anos”, quando derrotou Trump.
A publicação argumenta que é preciso outro candidato democrata capaz de vencer Trump, “um perigo para a democracia dos Estados Unidos”.
“No debate de quinta-feira, o presidente precisava convencer o público americano de que estava à altura das enormes exigências do cargo que pretende ocupar por mais um mandato. No entanto, não se pode esperar que os eleitores ignorem o que era evidente: Biden não é o homem que era há quatro anos”, diz o editorial.
O jornal “The Wall Street Journal” e a revista “The Economist” também publicaram editoriais na noite desta sexta também defendendo a desistência do democrata. Em nova capa divulgada nesta tarde, a revista Time mostra uma imagem de Biden estrapolando as bordas da revista e a palavra “pânico”.
Wall Street
O “The Wall Street Journal” afirma, em seu editorial, que o presidente “claramente não está preparado para mais quatro anos” no poder. E pediu ao Partido Democrata que convença Biden a desistir da candidatura: “Vocês sabe que Trump está contando com que os democratas permaneçam com Biden, mas o País merece uma escolha melhor”.
“Uma questão inevitável é por que as pessoas mais próximas de Biden deixaram que ele concorresse novamente. Nós e muitos outros os alertamos. Foi claramente um ato egoísta da parte dele buscar um segundo mandato. Mas será que eles realmente pensaram que poderiam esconder o seu declínio do público durante toda uma campanha eleitoral?”, escreve o jornal.
Em um texto intitulado “Joe Biden deverá agora dar lugar a um candidato alternativo”, a revista “The Economist” lembra que já pedia a Biden para não se candidatar à reeleição no fim de 2022 e afirma que o presidente ficou “atordoado” e foi “incoerente” durante os “agonizantes 90 minutos de debate”.
Financial Times
O jornal “Financial Times” também questiona, em editorial publicano nesta sexta, a capacidade do presidente dos EUA de vencer o ex-presidente republicano. E escreve que “Joe Biden aparenta estar muito frágil para completar sua missão de derrotar Donald Trump”.
“Ele (Biden) derrotou Trump em 2020 e exerceu uma presidência que impulsionou algumas das medidas legislativas mais substanciais dos últimos tempos. A história se lembrará dele por essas conquistas. Mas agora ele parece demasiado frágil para prosseguir a sua missão de derrotar Trump pela segunda vez. Os debates podem influenciar as eleições, e este pode ser o momento em que a esperança foi perdida”, diz o editorial.
A revista “Time” também publicou uma reportagem sobre o mau desempenho de Biden com a ilustração de uma capa intitulada “Pânico” e uma montagem com uma foto do presidente caminhando para fora das margens da publicação.
“Pânico”, diz o texto, “não é uma palavra demasiado forte para descrever o sentimento que percorreu o Partido Democrata à medida que o debate se desenrolava”. As informações são do G1.