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Economia Saiba por que ex-dirigentes das Americanas foram alvos de mandados de prisão

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A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali e o ex-CEO Miguel Gutierrez. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal deflagrou na última semana a Operação Disclosure contra ex-diretores das Lojas Americanas. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Entre os alvos estavam o ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, e uma das ex-diretoras da empresa, Anna Christina Ramos Saicali.

A instituição é suspeita de fraude estimada em R$ 25,3 bilhões. O rombo bilionário, divulgado em janeiro de 2023, levou a empresa a entrar em recuperação judicial para tentar evitar a falência. A investigação da PF, que conta com a colaboração da atual diretoria da empresa, revelou a prática de crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo a Polícia Federal, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

Prisões

O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez chegou a ser preso na sexta-feira (28), em Madri, na Espanha, pela polícia espanhola. O executivo, que tem cidadania espanhola e estava no país desde o ano passado, teve seu nome incluído na difusão vermelha, a lista de foragidos internacionais da Interpol. Gutierrez foi solto nesse sábado e terá que entregar seu passaporte às autoridades, não podendo deixar a Espanha até o desfecho das investigações.

Já ex-diretora da varejista, Anna Christina Ramos Saicali, segue com o mandato de prisão aberto no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). Anna está em Portugal e é esperado que ela retorne ao Brasil neste domingo, após o magistrado estabelecer duas condições para substituir o pedido de prisão preventiva. A primeira, que ela se apresente à polícia no aeroporto de Lisboa, e a segunda, que assim que chegar ao país, a executiva entregue o passaporte para ser apreendido.

A Polícia Federal afirmou, em seu pedido de prisões e buscas e apreensões contra ex-executivos da Lojas Americanas, que a cúpula da empresa não “media esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis que escondiam os resultados negativos da varejista e garantiam lucros aos seus diretores.

Mais fraudes

Além disso, também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

A PF destaca que a expressão “disclosure”, que dá nome a operação, é muito utilizada no mercado financeiro e significa o ato de fornecer informações para todos os interessados na situação de uma companhia, que pode ser traduzido como o ato de dar transparência à situação econômica da empresa.

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