Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2024
A estudante de medicina Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, foi condenada, nesta terça-feira (2), pela 7ª Vara Criminal de São Paulo por desviar cerca de R$ 927 mil arrecadados por dezenas de colegas de faculdade para a formatura na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A decisão em primeira instância cabe recurso.
A pena estipulada pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Capital pelo crime de estelionato, “praticado de forma continuada por oito vezes”, foi fixada em cinco anos de reclusão, em regime semiaberto. A sentença também determinou o pagamento de indenização às vítimas, no mesmo valor do prejuízo causado.
De acordo com a denúncia, a estudante, que ficou conhecida entre os colegas entre “a golpista da USP”, aproveitou-se do posto de presidente da comissão de formatura da medicina da Universidade de São Paulo (USP) para exigir da empresa organizadora da festa que os pagamentos dos alunos fossem transferidos para conta bancária de sua titularidade, omitindo o fato dos colegas. O conjunto probatório apontou que a ré usou o dinheiro em proveito próprio – na compra de celular e relógio, aluguel de veículo, custeio de estadia e investimentos financeiros.
Em julho de 2022, Alicia tentou fazer um conjunto de jogos na Lotofácil em uma lotérica na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, Alicia faturou, no total, R$ 326 mil em premiações da Lotofácil depois de realizar dezenas de jogos de alto valor.
Desvio de conduta
Ao fixar a pena, o juiz Paulo Eduardo Balbone Costa reiterou “a acentuada reprovabilidade da conduta”, que gerou prejuízo de quase R$ 1 milhão.
“A ré se prevaleceu de sua condição de presidente da comissão de formatura para engendrar um plano destinado a se apossar do produto arrecadado ao longo de meses, com a contribuição de dezenas de colegas, a fim de obter lucro para si com a aplicação especulativa daquele capital. Traiu a confiança de seus pares, desviando recursos que pertenciam aos colegas de turma (o que revela maior opróbio do que a prática de estelionato contra vítima a quem não se conhece), quando as vítimas não atuavam movidas pela própria cupidez”, apontou o magistrado.
A festa de formatura da turma de medicina vítima do golpe aconteceu em janeiro deste ano, custeada pela empresa que administrava o dinheiro.