Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2024
A internet brasileira cresceu no último ano, mas a acessibilidade piorou, diz a Pesquisa Acessibilidade Digital 2024, da BigDataCorp com o Movimento Web para Todos (WPT). De acordo com o estudo, o País tem 26,3 milhões de websites ativos, 11% a mais do que em 2023, sendo que apenas 2,9% foram considerados realmente acessíveis em testes sobre a experiência de uso por pessoas com deficiência. No ano passado, 3,3% das páginas eram acessíveis, um contraste positivo na comparação com 0,5% em 2022.
Essa é a quinta edição do estudo, que usa metodologia específica. Os pesquisadores afirmam que o aumento da quantidade de websites ativos, principalmente pequenos – sem cuidados com acessibilidade – está entre os fatores para a piora da acessibilidade digital, além da maior complexidade das páginas.
A categoria de streaming teve o melhor desempenho, com mais de nove pontos percentuais de aumento em todos os testes. Formulários e links também tiveram resultados positivos, assim como a descrição de imagens, que mostrou crescimento de 42,8%, causado, em parte, pela oferta de ferramentas de geração automática em plataformas, websites e redes sociais, um recurso importante para tornar o conteúdo acessível para pessoas com deficiência visual.
Apenas 10% de websites governamentais passaram em todos os testes de acessibilidade, diz a pesquisa. O resultado é pior do que no ano passado, quando somente 2,3% não tiveram falhas.
Acessibilidade digital
Apesar da discussão sobre responsabilidade social já ser uma prioridade para 79% das empresas, a acessibilidade digital ainda é desconhecida por mais da metade delas.
As informações são do Panorama da Acessibilidade Digital da Hand Talk, startup que utiliza inteligência artificial para garantir que a internet se torne mais acolhedora para pessoas com deficiência.
A pesquisa aponta que, no Brasil, são mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, quase 8% de toda a população. Os altos números, no entanto, não combinam com os dados de que apenas 21% das pessoas com deficiência acreditam que os sites e aplicativos contemplam suas necessidades de navegação e incluem suas deficiências.
Pessoas com deficiências visuais representam quase metade dos que acreditam que os sites não são inclusivos. Itens como tradução para Libras, layout adaptado e atendimento online durante todo o dia são as necessidades mais comuns entre as pessoas com deficiência.
A pesquisa informa que 61% das empresas não realizam cursos sobre as iniciativas de acessibilidade digital de PCDs e que só 42% possuem um profissional especialista em diversidade e inclusão na organização. Isso explica o dado de que apenas 65% das empresas incorporam o que é mandado na Lei Brasileira de Inclusão.
Apesar da discussão sobre diversidade ter crescido nos últimos anos, as políticas internas e externas ainda não são uma realidade para todas as empresas: 30% das companhias ouvidas afirmaram se preocupar com a inclusão dos funcionários e menos de um quinto delas afirmou cuidar quando se trata dos consumidores.