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Economia Disparada do dólar deixa o Brasil mais distante de ser a oitava maior economia do mundo em 2024

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Previsão do FMI aponta que o PIB brasileiro somará US$ 2,331 trilhões neste ano. (Foto: Reprodução)

Não faz nem um mês que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou que o Brasil rumava para ser a oitava maior economia do mundo neste ano, mas a disparada do dólar tornou esse cenário mais difícil.

Isso porque o FMI prevê que o Brasil vai passar o PIB da Itália neste por uma diferença muito pequena – e as previsões do Fundo levam em conta dois fatores (crescimento econômico e desempenho do dólar em relação à moeda local).

Na época da projeção mais recente, em abril, o FMI previa que o dólar seria cotado em média a R$ 4,99. Com as turbulências domésticas, em especial sobre a questão fiscal, o dólar vem subindo nas últimas semanas e nessa quarta-feira (3) fechou cotado a R$ 5,56. Essa disparada elevou a cotação média calculada pelo FMI para R$ 5,09.

A previsão do FMI aponta que o PIB brasileiro somará US$ 2,331 trilhões neste ano. Com um dólar a R$ 5,09, esse montante cai para US$ 2,288 trilhões.

Já a projeção para a Itália é de um PIB de US$ 2,328 trilhões, com um dólar valendo de 1,08 euro. A cotação média no ano até o momento da moeda americana é de 1,07 euro – mantido esse cenário, o PIB italiano ficaria em US$ 2,332 trilhões.

Portanto, os dois cenários para o câmbio apontam a Itália mantendo a posição de oitava maior economia global em 2024.

Para o Brasil voltar a uma cotação média de R$ 4,99 por dólar, a moeda americana teria que valer cerca de R$ 4,90 neste segundo semestre.

Caso ela se mantenha no patamar de R$ 5,66 até o fim de dezembro, o cálculo mostra que o PIB ficaria em R$ 2,164 trilhões, com uma cotação média de R$ 5,38 para a moeda americana.

O outro fator que pesa nos cálculos do PIB corrente em dólar é o crescimento da economia. Em abril, o FMI projetava um avanço de 2,2% para a economia brasileira. No fim de maio, o organismo reduziu a estimativa para uma expansão de 2,1%, ressaltando as incertezas para os impactos macroeconômicos e fiscais das enchentes no Rio Grande Sul, iniciadas no fim de abril. No caso da Itália, tanto a projeção mais recente como a de abril apontam para um crescimento de 0,7% em relação a 2023.

Na última terça-feira (2), novas declarações do presidente Lula alimentaram a escalada da moeda americana. Ele afirmou que a alta do dólar o preocupa, mas atribuiu o movimento à “especulação” contra o real. Nos últimos dias, o câmbio tem sido pressionado pela incerteza de agentes do mercado financeiro com a política fiscal, principalmente por causa de declarações de Lula indicando baixa probabilidade de avanço em uma agenda de corte de despesas.

Ele também defendeu que a depreciação do real não seria compatível com os indicadores da economia. “Não tem nenhuma razão para as pessoas terem medo, ficarem assustadas”, completou.

Em outra frente que também tem levado estresse ao mercado, Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem acusou de ter viés político. “Eu não posso fazer nada, eu tenho que esperar ele terminar o mandato e indicar alguém.”

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