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Política Lula rebate crítica de que “fala demais” e garante que a economia “não vai quebrar” em seu governo

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Presidente reclamou de parte da “elite brasileira” e negou que sua gestão “gasta demais”.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente reclamou de parte da “elite brasileira” e negou que sua gestão “gasta demais”. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula (PT) voltou nesta sexta-feira (5) a se comprometer com a responsabilidade fiscal, ao mesmo tempo em que rebateu analistas que afirmaram durante os últimos dias de escalada do dólar que ele “fala demais”.

“Que bom que eu falo demais, porque teve um tempo em que eu não falava. Quando eu resolvi criar um partido político, o nosso lema era dar vez e voz aos trabalhadores brasileiros que nunca tiveram ninguém. E estou aqui. E não adianta tentar criar caso comigo. E não adianta falar de responsabilidade fiscal, porque se tem uma coisa que eu aprendi com a Dona Lindu, foi responsabilidade fiscal. Cuidar do meu pagamento, cuidar do meu salário, cuidar da minha família. E hoje a minha família é o Brasil. São 213 milhões de filhos que nós temos que cuidar. E só vai dar certo se a economia estiver arrumada”, declarou o presidente durante evento para inauguração de um novo prédio no campus Osasco da Unifesp.

Ele completou: “Se a gente fizer, como aquela pessoa que joga dinheiro fora por causa do cartão de crédito, a economia vai quebrar. E, no meu governo, não vai quebrar, porque nós temos a responsabilidade de cuidar desse país”.

“Não somos todos iguais”

O presidente também fez críticas a parte da “elite brasileira” e defendeu os investimentos de seu governo na área da educação: “Toda vez que se tenta fazer política social, aparece alguém dizendo: ‘Gasta demais’. E eu fico me perguntando, quanto custou a esse país não ter feito reforma agrária na década de 1950? Quanto custou a esse país não ter feito universidade há 300 anos? Tem gente da elite brasileira que não gosta que eu fale isso. Tem gente que fala que não pode falar “eles” e “nós”, que pensa que somos todos iguais. Nós não somos todos iguais. Tem gente que come dez vezes por dia e tem gente que passa fome”.

Lula foi ao evento acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja; e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Em seu segundo dia de giro por cidades de São Paulo, o presidente visita ainda hoje obras em um centro de educação em Diadema, no ABC Paulista. O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não acompanhará o presidente em nenhum de seus compromissos. Ontem, o petista reclamou das ausências de Tarcísio.

Lula foi celebrado pelo público presente, mas também ouviu cobranças dos estudantes. Durante a cerimônia, foram erguidos cartazes demandando moradia para os alunos e melhores condições de trabalho para os professores.

Uma representante do corpo discente que discursou no palco ponderou que o novo edifício foi entregue, mas não está finalizado. Em resposta, o ministro Camilo Santana prometeu entregar em 2025 a biblioteca, que funcionará num prédio anexo ao edifício acadêmico e administrativo da Escola Paulista de Política Econômica e Negócios (EPPN).

Reforma Tributária

Ao chegar ao evento, o ministro Alexandre Padilha se disse confiante de que o Congresso aprovará na semana que vem o projeto que regulamenta a Reforma Tributária. Padilha afirmou que houve “consenso” em relação aos itens incluídos em cada faixa de tributação, mas afirmou que o presidente ainda espera isenção para carnes: “Será um passo muito importante para a gente manter a economia do Brasil no trilho certo. O que foi apresentado até agora foi um relatório de consenso entre os sete parlamentares que compõem o grupo de trabalho. Eles listaram pontos que não são consenso e que devem ir a voto no plenário da Câmara. O presidente Lula já manifestou a defesa dele em relação ao tema da carne. Ele defende que tenha redução de impostos para as carnes”.

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