Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2024
Demorou, mas o Japão finalmente disse adeus aos disquetes de computador. Até o mês passado, ainda se exigia que pessoas enviassem documentos ao governo usando dispositivos de armazenamento ultrapassados, com mais de mil regulamentações exigindo seu uso.
Mas estas regras foram finalmente eliminadas, segundo o ministro de Assuntos Digitais, Taro Kono.
Em 2021, Kono “declarou guerra” aos disquetes. E, na última quarta-feira (3), quase três anos depois, ele anunciou: “Vencemos a guerra contra os disquetes!”
Kano estabeleceu como meta eliminar a tecnologia obsoleta desde que foi nomeado para o cargo. Ele também havia dito anteriormente que iria “se livrar do aparelho de fax”.
Outrora visto como uma potência tecnológica, o Japão ficou para trás na onda global de transformação digital dos últimos anos, devido a uma profunda resistência à mudança.
Por exemplo, os locais de trabalho continuaram favorecendo os aparelhos de fax em vez dos e-mails — planos anteriores para remover estes aparelhos dos escritórios públicos foram cancelados devido à resistência.
O anúncio foi amplamente discutido nas redes sociais japonesas — um usuário do X (antigo Twitter) chamou os disquetes de “símbolo de uma gestão anacrônica”.
“O governo ainda usa disquetes? Isso é tão ultrapassado… Acho que está cheio de pessoas idosas”, dizia outro comentário no X.
Outras postagens foram mais nostálgicas.
“Me pergunto se os disquetes vão começar a aparecer em sites de leilão”, escreveu um usuário.
Criados na década de 1960, os dispositivos quadrados saíram de moda na década de 1990, à medida que soluções de armazenamento mais eficientes foram criadas.
Um disquete de 3,5 polegadas (3 ½) é capaz de armazenar até 1,44 MB de dados. Seriam necessário mais de 22 mil destes discos para replicar um pendrive que armazena 32 GB de informação. A Sony, última fabricante de disquetes, encerrou sua produção em 2011.
Como parte da campanha tardia para digitalizar sua burocracia, o Japão lançou uma Agência Digital em setembro de 2021, liderada por Kono.
Mas as tentativas do Japão para se tornar digital podem não ser tão simples na prática.
Muitas empresas japonesas ainda exigem que os documentos oficiais sejam endossados com carimbos que equivalem a uma assinatura oficial, chamados hanko, apesar dos esforços do governo para eliminá-los gradualmente.
As pessoas estão desapegando destes carimbos muito lentamente, segundo o jornal local The Japan Times.
E só em 2019 que o último fornecedor de pager do país fechou seu negócio. O último assinante privado do serviço explicou que era o método de comunicação preferido da mãe idosa.