Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2024
De olho no desempenho nas urnas, as pré-candidatas do PT a prefeituras apostam na vinculação com a primeira-dama Janja da Silva para se fortalecer. Antes mesmo das convenções, a ideia das postulantes e do partido é preparar material de divulgação com a primeira-dama para deslanchar como opção no eleitorado de esquerda.
A direção nacional do PT já definiu que Janja terá um papel importante no pleito deste ano, principalmente ao dar suporte a candidaturas femininas. Entre as pré-candidatas já definidas pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão Maria do Rosário (Porto Alegre), Camila Jara (Campo Grande), Natália Bonavides (Natal), Adriana Accorsi (Goiânia), Candisse Carvalho (Aracaju), Dandara (Uberlândia), Margarida Salomão (Juiz de Fora) e Marília Campos (Contagem).
Para acelerar a estratégia, o PT marcou para esta semana, de segunda (8) a quarta-feira (10), sessões de fotos com a primeira-dama e ministros, como Margareth Menezes (Cultura), Cida Gonçalves (Mulheres) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Todas as pré-candidatas e pré-candidatos do partido em cidades com mais de 100 mil eleitores foram chamados.
“Penso que todos os candidatos convidados virão. Também teremos fotos com ministros”, disse a deputada federal Dandara, que vai concorrer a prefeita de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e aparece bem posicionada em pesquisas internas.
Giro nas maiores
Apesar disso, o PT ainda não definiu como será a participação da primeira-dama em palanques. A previsão é que Janja viaje pelo Brasil participando de eventos de campanha e que grave vídeos para pré-candidatas, mas os detalhes do giro pelo país serão definidos apenas depois de o PT fechar acordo sobre todas as candidaturas femininas que irá lançar.
“Estamos terminando de definir e mapear todas as candidaturas femininas para depois ver com ela como é e onde seria a participação”, contou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
A deputada Delegada Adriana Accorsi é uma das que avaliam que a primeira-dama precisa ter papel de protagonismo nas disputas. “Já tivemos reuniões da bancada feminina com ela e com certeza teremos outras. Também a encontro em outros eventos, principalmente relacionados a direitos das crianças e adolescentes e mulheres.
A primeira-dama é socióloga e uma das principais vozes ligadas ao governo a pregar maior participação feminina na política. Janja tem participado de reuniões internas sobre mulheres candidatas e defende que o PT tenha a meta de chegar perto de 50% da participação do segmento nas pré-candidaturas.
Inicialmente, a previsão era que a primeira-dama tivesse participação mais ativa já na fase de pré-campanha, no início do ano. Mas, segundo avaliação de parte dos nomes do partido nas disputas, as enchentes no Rio Grande do Sul a levaram a mudar o foco. As informações são do jornal O Globo.
“Madrinha” nas redes
Antes mesmo da entrada da primeira-dama na campanha, petistas têm se vinculado a Janja em seus perfis nas redes sociais. “É preciso combater, todos os dias, a desigualdade de gênero num país onde somos menos de 18% da Casa do Povo. Janja é símbolo desse enfrentamento”, declarou Camila Jara ao compartilhar uma foto com a primeira-dama durante um encontro com a bancada feminina do Congresso no Palácio da Alvorada.
O caminho para Camila ser definida como pré-candidata passou por obstáculos. Inicialmente uma ala do PT no Mato Grosso do Sul, liderada pelo ex-governador Zeca do PT, negociava a possibilidade de uma aliança com o União Brasil. Apesar disso, a legenda na cidade preferiu não apostar em uma aproximação com o partido de Lula, e Zeca do PT recuou. Ele será vice de Camila Jara.