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Esporte A acachapante derrota de 7 a 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha há dez anos deixou uma ferida aberta no futebol nacional

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Há exatos dez anos, o Estádio Mineirão, foi palco do maior vexame da Canarinho

Foto: Agência Brasil
Há exatos dez anos, o Estádio Mineirão, foi palco do maior vexame da Canarinho. (Foto: Agência Brasil)

Uma década da humilhante derrota por 7 a 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha. Há exatos dez anos, o Estádio Mineirão, foi palco do maior vexame da Canarinho e deixou uma ferida aberta no futebol brasileiro, trazendo questionamentos sobre o que houve de errado. Tamanha vergonha não se repetiu, mas a Seleção teve outras frustrações nas duas Copas seguintes, mesmo com a novidade de apostar no trabalho longevo de Tite.

A eliminação para o Uruguai nas quartas de final da Copa América, foi o fracasso mais recente. O Brasil fez campanha ruim nos Estados Unidos, e o próprio técnico Dorival Júnior reconheceu que a equipe ficou devendo. De 2014 para cá, muito se debateu sobre as razões de o País ter perdido o protagonismo de outrora. Nossos técnicos estavam ultrapassados? As últimas gerações de jogadores não foram das melhores e perderam a identificação com a equipe nacional? A demora na construção de gestões profissionais nos clubes e o histórico de corrupção na CBF atrapalharam a evolução?

O 7 a 1 sofrido sob o comando de Luiz Felipe Scolari, um dos técnicos mais vitoriosos do futebol nacional, intensificou questionamentos. As dúvidas referentes a involução do jogo brasileiro recaíram sobre os técnicos mais experientes, que tiveram um momento de desprestígio. Surgiram treinadores mais jovens, mas muitos não vingaram, em movimento que antecedeu a atual febre por comandantes estrangeiros.

Para Clodoaldo, campeão mundial em 1970, a goleada pode ter influenciado a classe de técnicos. “Não é porque o Brasil tem uma história que não existem adversários que podem apresentar um grande futebol. Temos bons técnicos. Acho que isso não tem influenciado em termos de organização tática”, avalia.

No universo da seleção, o primeiro passo após o vexame foi trazer Dunga de volta, em passagem que durou até 2016, quando Tite surgiu como a opção mais sensata, afinal era o atual campeão brasileiro e já havia dado um Mundial e uma Libertadores ao Corinthians. Foram seis anos de trabalho, um ciclo jamais concedido pela CBF a um treinador. Mas que foi encerrado após a queda para a Croácia nas quartas de final da Copa de 2022. A partir daí a CBF, atualmente presidida por Ednaldo Rodrigues, tomou uma série de decisões erradas o que faz com que o técnico da seleção neste momento, Dorival Júnior, esteja apenas na fase inicial de seu trabalho.

O caminho percorrido desde o vexame de 2014, que levou à busca por soluções estrangeiras, pode estar ligado a um sentimento mais profundo e enraizado no Brasil, explica Flávio de Campos, professor de história da USP e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas (Ludens).

“Não só o futebol, mas a sociedade brasileira tem o que o Nelson Rodrigues chamou de complexo de vira-lata (após a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950) . Essa oscilação: ou nós somos os melhores do mundo ou não prestamos. O 7 a 1, acho que ele aciona um pouco esse sentimento, essa inferioridade civilizacional que se expressa por meio do futebol”, afirma.

Para Campos, outro exemplo deste sentimento e da dificuldade que o Brasil vem tendo de ser reerguer no futebol mundial é a debandada dos talentos nacionais para a Europa.

“A gente acha exitoso que nossos jovens, como os chamados crias do Palmeiras (Endrick, Luiz Guilherme, Estêvão), sejam transferidos para equipes de primeira expressão na Europa. Isso é expressão de viralatismo. Imagina Pelé e Garrincha, em 1958, sendo transferidos para o Real Madrid, para a Juventus, e a gente ficasse feliz? O 7 a 1 não é culpa do David Luiz, do Felipão. Não adianta a gente procurar ‘fulanizar’ a responsabilidade e não olhar para as questões estruturais da sociedade e do futebol brasileiro.”

Nos últimos anos, muitos clubes sentiram a necessidade de dar passos em direção à melhora da gestão. Flamengo e Palmeiras são exemplos do sucesso ainda dentro do formato mais tradicional de clubes, antes da febre das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF).

 

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