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Política Defesa diz que Bolsonaro não tinha “qualquer ingerência” sobre presentes recebidos durante as viagens presidenciais

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PF afirmou que Bolsonaro usou o dinheiro obtido com a venda das joias para "se manter nos Estados Unidos"

Foto: Agência Brasil
Ex-presidente foi condenado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. (Foto: Agência Brasil)

A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que o ex-presidente não tinha “qualquer ingerência” sobre os presentes recebidos durante as viagens presidenciais. A manifestação dos advogados foi divulgada após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirar, na segunda-feira (8), o sigilo do relatório no qual Bolsonaro e mais 11 investigados foram denunciados pelo desvio de joias sauditas recebidas durante o governo do ex-presidente.

Os desvios, segundo a PF, podem chegar a R$ 6,8 milhões. De acordo com os advogados Paulo Bueno e Daniel Tesser, os presentes são recebidos pelo GADH (Gabinete Adjunto de Documentação Histórica) da Presidência da República e sofrem rígido tratamento de catalogação, sobre o qual não há ingerência do presidente.

“Todos os ex-presidentes da República tiveram seus presentes analisados, catalogados e com sua destinação definida pelo GADH, que, é bem de se ver, sempre se valeu dos mesmos critérios empregados em relação aos bens objetos deste insólito inquérito, que, estranhamente, volta-se só e somente ao governo Bolsonaro, ignorando situações idênticas havidas em governos anteriores”, disse a defesa.

Os advogados também afirmaram que as joias foram devolvidas após determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), em março do ano passado.

“A iniciativa visava deixar consignado, ao início da menor dúvida, que em momento algum pretendeu se locupletar ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos. Se naqueles autos colocou-se em discussão o status legal de tais itens, dada a complexidade das normas que teoricamente disciplinam a dinâmica de bens dessa ordem, requereu-se que desde logo ficassem sob a custódia do poder público, até a conclusão da discussão sobre sua correta destinação, de forma definitiva”, alegou a defesa.

Segundo a PF, parte das joias sauditas recebidas pelo governo do ex-presidente saíram do Brasil em uma mala transportada no avião presidencial no dia 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro deixou o País para passar uma temporada nos Estados Unidos no fim do seu mandato.

De acordo com os investigadores, o ex-presidente não realizou movimentações em suas contas. O fato levou a PF a concluir que Bolsonaro usou o dinheiro obtido com a venda das joias para “se manter nos Estados Unidos”.

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