Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2024
Tragédia em casa noturna deixou 242 mortos em janeiro de 2013
Foto: Divulgação/Prefeitura de Santa MariaA Prefeitura de Santa Maria, na Região Central do Estado, realizou nesta quarta-feira (10) um ato para marcar o início da construção de um memorial no local onde funcionava a Boate Kiss, casa noturna que pegou fogo na madrugada de 27 de janeiro de 2013, deixando 242 vítimas fatais e 636 feridos. As obras começaram 11 anos após a tragédia.
Às 9h desta quarta-feira, um ato simbólico deu início às obras, com a remoção do letreiro e da porta principal. Familiares das vítimas, sobreviventes, agentes públicos e moradores de Santa Maria acompanharam o início dos trabalhos, previsto para durar até as 17h.
A primeira etapa das obras inclui:
Nos últimos dias, a empresa responsável fez a remoção de alguns itens e colocou tapumes em torno da fachada. O prazo para a entrega do memorial é de oito meses.
O local terá uma área de 383,65 metros quadrados. Serão três salas: um auditório com capacidade para 142 pessoas, uma sala multiuso e uma sala que será a sede da AVTSM. Além disso, o espaço contará com um jardim circular ao centro sendo sustentado por 242 pilares de madeira – cada um representando uma vítima. Os pilares terão o nome de cada vítima e um suporte de flores.
Relembre o Caso Kiss
Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em um domingo, um incêndio atingiu a boate Kiss, no centro de Santa Maria. Ao todo, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas, após fagulhas de um artefato pirotécnico atingirem a espuma acústica que revestia o teto da casa noturna.
Rapidamente, uma fumaça tóxica se espalhou pelo local e muitas pessoas morreram asfixiadas. Na época, 28 pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil, mas apenas 4 foram denunciadas pelo Ministério Público.
Em dezembro de 2021, o tribunal do júri condenou os quatro réus:
No entanto, em 3 de agosto de 2022, o TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) anulou o júri, alegando irregularidades na escolha dos jurados, reunião entre o juiz presidente do júri e os jurados, ilegalidades nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica, o que não é permitido.
Em 5 de setembro de 2023, a Sexta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a anulação do júri por quatro votos a um. Em maio deste ano, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o reestabelecimento da condenação dos quatro réus. A Procuradoria alega que as nulidades apontadas pelo TJ-RS durante análise do caso pelo tribunal do júri não causaram prejuízo aos acusados.
Os quatro réus aguardam novo julgamento em liberdade.
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