Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2024
Jair Renan é investigado por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Foto: Reprodução/InstagramInvestigações da Polícia Federal (PF) dão conta que os sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram usados durante a gestão de Jair Bolsonaro para beneficiar seu filho mais novo, Jair Renan. Segundo a corporação, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes, que atuavam na Abin à época, ficaram responsáveis por espionar Allan Lucena, ex-sócio de Jair Renan. Allan Lucena virou desafeto após romper relações comerciais com o filho mais novo do ex-presidente.
Jair Renan é investigado por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Bormevet foi preso nessa quinta-feira (11) pela PF na operação que investiga o monitoramento de autoridades de forma ilegal e a produção de notícias falsas através de sistemas da Abin contra adversários políticos de Bolsonaro. Além dele, outras quatro pessoas foram detidas.
Uma outra troca de mensagens de setembro de 2020 obtida pela PF mostra que Bormevet e Giancarlo também teriam monitorado o empresário Luis Felipe Belmont, um dos citados no inquérito contra o filho de Bolsonaro. Na conversa, Bormevet designou a Giancarlo para “achar podres” sobre o Belmonte. Em resposta, Giancarlo teria dito: “Vamos sequestrar isso sim. Ou achando podres vamos extorquir”.
Prisão preventiva
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão preventiva das cinco pessoas presas na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nessa quinta-feira (11), que apura o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores. Todos os suspeitos do suposto esquema denominado “Abin paralela” passaram por audiência de custódia nesta sexta-feira (12). São eles:
— Mateus de Carvalho Sposito (ex-assessor da Secretaria de Comunicação, a Secom);
— Richards Dyer Pozzer (empresário);
— Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal);
— Giancarlo Gomes Rodrigues (militar do Exército);
— Rogério Beraldo de Almeida (influenciador digital).
As prisões foram mantidas após audiência de custódia realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada. Conforme a investigação da Polícia Federal (PF), os cinco acusados participaram do trabalho de monitoramento ilegal, que teria sido realizado com o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Os investigadores apontam a utilização do programa First Mile para realizar a espionagem ilegal contra autoridades do Judiciário, do Legislativo e da Receita Federal, além de jornalistas.