Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2024
O bilionário sul-africano Elon Musk sempre anuncia que seu principal projeto é colonizar Marte. Para isso, ele usa sua empresa espacial, a SpaceX. Musk, que está com 53 anos, intensificou seus projetos sobre o que será feito no Planeta Vermelho ao chegarmos lá. O The New York Times teve acesso a documentos que mostram o que Musk pediu a seus funcionários quando se trata de Marte, como se aprofundarem no design e detalhes de uma cidade marciana.
Uma equipe vem trabalhando em planos para pequenos habitats em formato de domo, e também estão analisando quais materiais poderiam ser utilizados para construí-los. Outro grupo se concentra nos trajes espaciais e uma equipe médica pesquisa se podemos ter filhos lá. Musk até foi além, oferecendo seu esperma para auxiliar na colonização do planeta, conforme duas fontes do periódico.
O bilionário pensa em Marte desde sua infância, mas seu cronograma foi alterado: em 2016, ele afirmou teríamos uma civilização autossustentável por lá entre 40 a 100 anos. Já em abril, ele disse a funcionários da SpaceX espera um milhão de pessoas vivendo no Planeta Vermelho em cerca de 20 anos.
“Há grande urgência em tornar a vida multiplanetária. Temos que fazer isso enquanto a civilização é tão forte”, disse ele em vídeo postado publicamente de suas observações. Ele está tão obcecado pelo projeto que já afirmou querer morrer no planeta.
O bilionário, que possui fortuna aproximada de US$ 270 bilhões (R$ 1,46 trilhão), disse que só acumula ativos para financiar seu projeto para Marte. “É uma maneira de levar a humanidade a Marte, porque estabelecer uma cidade autossustentável em Marte exigirá muitos recursos”, disse Musk, em 2022, durante julgamento sobre seu salário na Tesla.
Robert Zubrin, engenheiro aeroespacial que conhece Musk há 20 anos, e autor do livro “The Case for Mars” afirmou que “você não pode, simplesmente, pousar um milhão de pessoas em Marte”, além de que a colonização do planeta se desenvolveria ao longo de décadas.
O especialista entende, ainda, que Musk deixou seus planos marcianos um pouco de lado, em prol de sua liderança no X, apesar de Linda Yaccarino ser a CEO da empresa. Musk é constantemente criticado por estar disperso entre as empresas que dirige.
Por exemplo, muitos acionistas da Tesla estão incomodados com o tempo que o dono da montadora de veículos elétricos vem dispendendo ao X. Fontes do periódico estadunidense afirmaram que pouco foi divulgado pela SpaceX sobre a expedição rumo à Marte (o máximo que temos são dois desenhos básicos de uma colônia datados de meados de 2018) porque a empresa vai enviar, primeiro, um foguete à Lua, sob contrato com a NASA.
O bilionário publicou no X que não ofereceu seu esperma e não direcionou ninguém na SpaceX para trabalhar em uma cidade marciana: “Quando as pessoas pediram para fazer isso, eu disse que precisávamos nos concentrar em chegar lá primeiro”.
Obsessão por Marte
Tudo começou quando o empresário tinha 10 anos e leu o romance de ficção científica de Isaac Asimov, “Fundação”, de 1951, no qual o protagonista constrói uma colônia em uma galáxia visando salvar a humanidade da queda de um império estelar.
Eles encontram um planeta muito distante e tentam preservar o conhecimento humano e a civilização lá, enquanto o centro da galáxia meio que desmorona.
Em 2001, Musk tentou comprar um foguete russo para ir à Marte, afirmou Jim Cantrell, ex-funcionário da SpaceX que foi ao país europeu com o empresário. Porém, após três viagens, os russos não quiseram vender o foguete.
Um ano depois, ele fundou a SpaceX, que, logo, construiu foguetes parcialmente reutilizáveis e assinou contratos com o governo, incluindo com a NASA. Posteriormente, veio a Starlink, serviço de internet via satélite disponível no mundo todo (equem sabe em Marte, um dia?).
Visando o Planeta Vermelho, foi construída a Starship, foguete que, originalmente, vai levar astronautas da NASA para a Lua, mas que também pode transportar pessoas à Marte e, até, ser usada como pequena estação espacial. Em fala no Congresso Internacional de Astronáutica de 2016, Musk disse que seu foguete pode levar 100 pessoas por vez para o Planeta Vermelho, em viagens que seriam realizadas a cada dois anos. As informações são do site Olhar Digital.