Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 14 de julho de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A famosa (e linda) cantora Iza foi traída pelo namorado. De quem, aliás, está grávida de seis meses. Lamentável, sem dúvida. Mas por que o caso Iza (ou melhor, o “caso” do namorado da Iza com outra mulher) gerou tanta comoção? Afinal, não foi a primeira e nem será a última infidelidade quem vem a público.
O ser humano é fofoqueiro por natureza, e, segundo Yuval Harari (autor da indispensável obra Sapiens), a fofoca foi uma importante ferramenta evolutiva. Como seres hiper sociais que somos, a capacidade de disseminar informações sobre membros das tribos ajudava nos jogos de poder e protegia membros do grupo.
Faz total sentido. A fofoca fortalece os valores morais da coletividade. Afinal, se se está falando algo sobre alguém, é porque temos um fato relevante e uma conduta admirável ou condenável. Vejam, portanto, como a fofoca é um termômetro social!
De fato, o namorado traidor da Iza merece ser achincalhado publicamente. Trair já é inadmissível, mas trair uma mulher grávida é o ápice da canalhice! No momento mais sagrado de sua vida – e também de maior vulnerabilidade! – ela é golpeada pelas costas por quem deveria estar lhe protegendo. Quando carrega o fruto do amor a dois, ela descobre que o amor era unilateral. Triste demais que ela tenha que passar as últimas semanas dessa fase linda da vida se recuperando de um coração partido. Pior ainda, tendo que desconstruir as expectativas (agora frustradas) da ilusão da família feliz. Essa, talvez, venha a ser a parte mais difícil do processo de cura pelo qual ela terá que passar.
Há um outro aspecto, ainda. Costumamos relacionar a infidelidade com uma insatisfação no relacionamento, como se faltasse algo que justificasse o erro. Essa falsa percepção decorre de séculos de casamentos arranjados, em que mulheres eram submissas e não se permitiam ter prazer. O homem, por sua vez, permitia-se buscar esse prazer fora de casa. É tudo fluía “naturalmente” assim. Ou melhor, culturalmente assim.
Essa realidade não existe mais, que dirá diante de uma mulher bonita, talentosa, rica, realizada.
E aí é quando nos choca! Como isso pôde acontecer com alguém assim? Como pôde o cara não estar satisfeito?
A traição não tem a ver com a insuficiência da pessoa traída, mas sim com a insuficiência da pessoa que trai! É ela que carrega a carência, como se saber que pode comandar algo fora a tornasse grande, de alguma forma, para compensar a sua pequenez. Talvez isso explique porque homens casados com mulheres icônicas traem, mesmo assim. Porque apenas grandes homens conseguem lidar com grandes mulheres.
É preciso ser um baita homem para “segurar” uma mulher. E é preciso ser gigante para dar conta de uma mulher poderosa. O Yuri Lima, claramente, é apenas um gurizinho inseguro, fraco e carente. Simples assim.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.