Por Redação O Sul | 14 de julho de 2024
A relação entre gênero, identidade e expressão ainda gera muitas dúvidas, sobretudo quando se fala em identidade não-binária e transgênero. Uma pessoa transgênero se identifica com um gênero diferente daquele que lhe foi atribuído ao nascer. Essa identidade pode ser masculina, feminina ou outra que não se encaixe no binário masculino/feminino.
Já uma pessoa não-binária é definida por não se identificar completamente com nenhum dos gêneros, seja masculino ou feminino. Sua identidade de gênero pode existir em um espectro entre esses gêneros, fora desse espectro, neutro, ou ser uma combinação que transita entre ambos, entre outras possibilidades.
A não-binaridade questiona a própria natureza binária de gênero, existindo em um espectro que vai além da masculinidade e feminilidade.
Pessoas não-binárias podem ser transgênero, mas nem todas as pessoas não-binárias são transgênero. Pessoas não-binárias podem ser transgênero se sua identidade de gênero for diferente do sexo designado ao nascer. E também podem ser cisgênero, caso a identidade de gênero corresponda ao sexo atribuído no momento do nascimento.
Vale destacar que a não-binaridade se encaixa dentro do espectro trans, mas nem todas as pessoas não-binárias desejam se identificar como trans.
Diferenças importantes
A decisão de realizar ou não uma transição de gênero também é individual. Pessoas transgênero podem optar por realizar procedimentos médicos ou hormonais para afirmar seu gênero, enquanto outras podem não sentir necessidade disso. Pessoas não-binárias também podem realizar procedimentos de acordo com sua identidade e preferências.
Quanto à expressão de gênero, ou seja, a forma como a pessoa se apresenta ao mundo (roupas, comportamento, corte de cabelo, etc), pode ou não estar relacionada à sua identidade de gênero. Tanto pessoas transgênero quanto não-binárias podem expressar seu gênero de diversas maneiras, independente da identidade.
O importante é respeitar a identidade de cada pessoa, não-binária, transgênero ou não. Na dúvida, vale sempre perguntar como a pessoa deseja ser tratada.
Redes sociais
Nas redes sociais é possível seguir vários perfis de pessoas identificadas como não-binárias ou transgênero. Elas costumam utilizar a ferramenta para falar sobre dúvidas que giram em torno do tema.
No Congresso
Cinco mulheres trans e travestis foram eleitas para a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas no pleito de 2022. Dentre elas, Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) se tornaram as primeiras deputadas federais transgênero da história do Congresso Nacional.
Em Sergipe, Linda Brasil (PSOL) se tornou a primeira mulher trans para a Assembleia Legislativa do Estado. No Rio de Janeiro, Dani Balbi (PCdoB) também foi eleita a primeira mulher trans para o cargo de deputada estadual. Em São Paulo, Carolina Iara (PSOL) foi eleita a primeira codeputada estadual intersexo e mulher trans do Brasil junto com a Bancada Feminista.
