Por Redação O Sul | 18 de julho de 2024
O documento encaminhado pela PF ressalta como funcionava o controle de vacinação em solo americano.
Foto: Carolina Antunes/PRA Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as autoridades dos Estados Unidos não encontraram informações sobre o possível uso de dados falsos de vacinação contra a Covid por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
“O DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] relatou que o u.s. Customs and border protection (CBP) não possui registros se os investigados supramencionados apresentaram comprovantes de vacinação contra a Covid-19”, destaca o documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, foram encaminhados os registros de entrada e saída dos Estados Unidos, entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de março de 2023, de Jair Bolsonaro, de Mauro Cesar Barbosa Cid e da esposa Gabriela Santiago Ribeiro Cid, e dos assessores Max Guilherme Machado de Moura, Sergio Rocha Cordeiro e Marcelo Costa Câmara.
O questionamento se Bolsonaro e aliados usaram cartão falso partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a volta do inquérito para a PF e novas diligências. O documento encaminhado pela PF ressalta como funcionava o controle de vacinação em solo americano.
“Reforçam que os comprovantes exigidos pela legislação americana eram apresentados aos operadores das aeronaves antes do embarque em um voo com destino aos Estados Unidos, conforme determinação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, atendendo proclamação assinada pelo presidente Joe Biden”.
“Da mesma forma, os registros de controle de entrada e saída do território americano não trazem as informações se os investigados alegaram que foram vacinados ou que estavam isentos de apresentarem requisitos de vacinação”, completa a Polícia Federal.
Agora, o ministro Alexandre de Moraes deve enviar a conclusão da PF para a PGR avaliar se é o caso de arquivar ou de oferecer uma acusação formal contra os indiciados à Justiça. Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e mais 15 pessoas foram indiciadas pela PF por um suposto esquema de falsificação de cartões de vacina.
Segundo a PF, o grupo incluiu informações falsas em um sistema do Ministério da Saúde, para beneficiar o ex-presidente, parentes e auxiliares dele. A PF destaca que Bolsonaro foi beneficiado com as fraudes. O ex-presidente nega qualquer irregularidade.
Em resposta ao canal GloboNews, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que o ex-presidente “jamais mandou confeccionar qualquer atestado contendo informações falsas”.
“Por que o faria se não precisaria utilizá-lo? E, mais do que isso, sendo de conhecimento mundial que não se vacinou? Mais um elemento a ratificar que sua inclusão nesta investigação nasce politicamente enviesada”, disse o advogado Paulo Cunha Bueno.
