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Política Após fala de Maduro sobre “banho de sangue”, Brasil só atuará na Venezuela se for chamado, afirmam integrantes do governo

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De acordo com um diplomata, a eleição da Venezuela é um assunto dos venezuelanos e o Brasil precisa ser chamado.

Foto: Reprodução
Os países exigiram uma verificação imparcial e independente dos resultados apresentados pelo CNE venezuelano. (Foto: Reprodução)

O governo brasileiro avalia que as últimas declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, podem ser apenas retórica, devido aos resultados das pesquisas de opinião que deixam o líder venezuelano atrás do seu principal adversário, Edmundo González.

Madurou afirmou na quarta-feira (17) que o país pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito na votação do próximo dia 28 de julho. A declaração acontece em um momento em que a oposição denuncia sofrer cada vez mais repressão por parte do governo – incluindo uma denúncia de atentado, na quinta-feira (18), feita pela líder oposicionista María Corina Machado, que foi impedida de concorrer neste ano.

Segundo interlocutores da área diplomática, o Brasil só vai atuar nessa questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, “dentro do espírito de Barbados”.

Em outubro do ano passado, governo e oposição venezuelanos firmaram um acordo em Barbados, fechado com a mediação da Noruega e a ajuda de vários países, como Brasil, Colômbia e Estados Unidos, prevendo eleições livres, justas, transparentes e aceitas por todos. O pleito acontecerá no próximo dia 28 e Nicolás Maduro busca a segunda reeleição e um terceiro mandato.

Procurado, o Itamaraty informou que não vai se manifestar a respeito da situação no país vizinho. De acordo com um diplomata, a eleição da Venezuela é um assunto dos venezuelanos e o Brasil precisa ser chamado, para que não haja a interpretação de que há interferência brasileira em assuntos internos.

Assessor para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim conversou, na última quarta-feira, com o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, sobre a situação na Venezuela. Os americanos devem endurecer as sanções em vigor contra a Venezuela, caso Maduro não aceite o resultado em caso de derrota.

Em entrevista para a TV Globo, na última quinta-feira, Amorim disse, em Washington, que a fala de Nicolás Maduro “não é desejável”. Disse que tem mantido contato com os dois lados e que acredita que a eleição transcorrerá sem problemas. “Não acredito que haverá um banho de sangue”, afirmou.

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