Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2024
Em declarações privadas, fontes da campanha de Joe Biden dizem que o atual presidente dos Estados Unidos já está mais suscetível à ideia de deixar a disputa pela sua reeleição. Um dos maiores aliados de Biden, o ex-presidente Barack Obama, afirmou a aliados nos últimos dias que o caminho para a vitória está cada vez mais inviável e o presidente precisa reconsiderar a viabilidade de sua candidatura, segundo fontes ouvidas pelo jornal The Washington Post.
A posição de Obama aumenta a pressão feita por vários líderes democratas, como a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, para que o presidente desista da candidatura. Desde o debate com Donald Trump, no fim de junho, quando teve uma performance desastrosa, Biden tem tido a candidatura questionada dentro e fora do partido.
Nas últimas semanas, o presidente vem sofrendo pressão de doadores de campanha e viu a vantagem de Trump nas pesquisas aumentar, sobretudo nos Estados que decidem a disputa no colégio eleitoral.
Obama falou com Biden apenas uma vez depois do debate, e ele foi claro nas conversas com aliados que o futuro da candidatura de Biden é uma decisão para o presidente tomar.
Ele enfatizou que sua preocupação é proteger Biden e seu legado, e rejeitou a ideia de que ele sozinho pode influenciar o presidente.
Nos bastidores, Obama tem se engajado em conversas sobre o futuro da campanha, fazendo ligações para os democratas mais ansiosos, incluindo a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, uma das maiores defensoras de uma troca na chapa democrata. Nas conversas, Obama e Pelosi concordaram sobre as dificuldades de Biden, segundo pessoas familiarizadas com as ligações, que aceitaram falar sob condição de anonimato. Um porta-voz de Obama não quis comentar o caso, mas não negou o conteúdo das declarações.
Nas conversas com aliados, Obama elogia o presidente, mas quer proteger suas realizações, que podem estar em risco se os republicanos retornarem à Casa Branca. O ex-presidente demonstra preocupação com as pesquisas, que mostram que a vantagem de Trump no colégio eleitoral está se expandindo, e por doadores estarem abandonando o presidente. Publicamente, Biden e seus assessores permanecem desafiadores, dizendo que a candidatura está de pé.
Na quarta-feira, Biden interrompeu a campanha após testar positivo para covid. Voltou para Delaware, onde tem uma casa de férias, para ficar em quarentena. O vice-diretor da campanha, Quentin Fulks, negou a possibilidade de desistir.
Em privado, no entanto, fontes da campanha dizem que Biden já está mais suscetível à ideia e tem questionado aliados sobre o desempenho de sua vice, Kamala Harris. Segundo o New York Times, Biden está disposto a ouvir aliados.
As preocupações de Obama surgem em um contexto de crescente ansiedade do Partido Democrata em relação às perspectivas de Biden e seu potencial impacto sobre outros candidatos à Câmara e ao Senado. Doadores, ativistas e autoridades eleitas estão recorrendo cada vez mais a um pequeno grupo de líderes veteranos para ajudá-los a sair da crise criada pelo desastroso desempenho de Biden no debate.
Os democratas têm observado uma queda de Biden nas pesquisas nacionais, que agora mostram o presidente atrás de Trump em Estados importantes do Meio-Oeste. Os estrategistas estão se preparando para a possibilidade de Trump obter um novo impulso após a convenção republicana, junto com o aumento de sua popularidade após o atentado da semana passada na Pensilvânia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.