Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2024
Preso desde o dia 14 deste mês por comandar suposto esquema de estelionato, o influenciador digital e humorista porto-alegrense Dilson Alves da Silva Neto, o “Nego Di”, teria cometido mais uma farsa. A quebra de seu sigilo bancário revelou que ele jamais fez uma doação de R$ 1 milhão às vítimas das enchentes de maio no Rio Grande do Sul, diferente do que divulgou em suas redes sociais.
Ele postou em sua conta no Instagram, na época, a seguinte mensagem: “Galera, gostaria de compartilhar com vocês uma decisão que a gente tomou aqui em casa hoje, eu e minha ‘patroa’. A gente conversou bastante e fiz uma escolha que não foi fácil, confesso a vocês, mas é de coração. Decidi doar R$ 1 milhão ao Rio Grande do Sul, para uma vaquinha de um parceiro e que já estava em R$ 50 milhões. Sou agora um de R$ 51 milhões”.
Dados obtidos pela investigação da Polícia Civil e Ministério Público apontam, porém, que o gaúcho realizou na verdade um pix de R$ 100 aos desabrigados pela maior catástrofe já ocorrida em seu Estado. Na época, por diversas vezes Dilson também foi a público apontar – sem provas – supostos erros e falhas das autoridades na gestão da crise, comportamento que muitos consideraram irresponsável e com o único objetivo de obter visibilidade e engajamento virtual.
“Nego Di” continua preso por suspeita de lesar ao menos 370 pessoas por meio de uma loja virtual da qual ele era coproprietário, em uma fraude que pode ter causado prejuízo total superior a R$ 5 milhões. Conforme a investigação, ele vendia eletrodomésticos e eletroeletrônicos que jamais foram entregues aos compradores.
As acusações incluem estelionato, lavagem de dinheiro, fraude tributária e realização de rifa eletrônica ilegal. O Ministério Público só deve se manifestar sobre o caso após a análise detalhada da documentação e de outros indícios recolhidos durante cumprimento de ordens judiciais de busca e apreensão em endereços do casal no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Nego Di atuou de 2018 a 2020 em uma rádio da Capital e experimentou o auge de sua fama ao participar da edição de 2021 do reality show Big Brother Brasil (BBB), da Rede Globo. Acabou eliminado pelos espectadores com quase 99% de rejeição, índice recorde na história da versão brasileira do programa.
Demais envolvidos
Sua companheira foi a primeira a ser presa (devido ao flagrante, em residência na praia de Jurerê Internacional, de uma pistola de uso privativo das Forças Armadas). Mas acabou libertada dias depois.
Já o sócio de Nego Di no suposto esquema, Anderson Boneti, permanece foragido. Contra esse terceiro alvo da ofensiva pesa o registro de uma prisão na Paraíba, dois anos atrás, pelo mesmo tipo de crime.
(Marcello Campos)
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