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Rio Grande do Sul No pico das enchentes, em maio, indústria gaúcha registrou queda de quase 90% nas vendas

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As maiores quedas foram registradas nos segmentos coureiro-calçadista e metalomecânico

Foto: Freepik
As maiores quedas foram registradas nos segmentos coureiro-calçadista e metalomecânico. (Foto: Freepik)

A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul divulgou os indicadores de desempenho econômico da indústria, varejo e atacado durante o mês de maio, período marcado pelas enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul.

Com base nas informações das notas fiscais eletrônicas e nas guias de arrecadação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), os dados, divulgados na semana passada, revelam a magnitude do revés econômico causado pela tragédia, refletido na queda de arrecadação do Estado.

De acordo com o levantamento, a queda mais expressiva do volume financeiro de vendas foi registrada no setor industrial. O declínio das transações comerciais atingiu o pico de 87% entre os dias 10 e 17 de maio, na comparação com a mesma semana do mês anterior. Em relação a maio de 2023, o acumulado do mês registrou um recuo de 27% nas comercializações – índice que frustrou o setor, que vinha demonstrando tendência de recuperação em abril, após uma série de quedas no fluxo comercial. Na visão trimestral, comparando o desempenho de março, abril e maio com os meses imediatamente anteriores, a queda foi de 11,3%.

No recorte por áreas, as maiores quedas foram registradas nos segmentos coureiro-calçadista e metalomecânico, com recuos de 42,5% e 39,6% nas vendas em maio, respectivamente. A forte retração se deve, entre outros fatores, aos danos causados ao patrimônio das empresas, à redução da demanda e a questões logísticas, como o fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

De acordo com o estudo da Receita Estadual, das 47,5 mil empresas do segmento industrial gaúcho, 93% estão localizadas em municípios atingidos pelas fortes chuvas.  Desse total, 16% possuem planta em área alagadas – indústrias que, somadas, respondem por 35% da arrecadação de ICMS do setor.

Perda de estoque

Depois da indústria, o setor atacadista apresentou a maior queda no volume de vendas em maio. Segundo o boletim, o recuo das transações foi de 23% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No auge da crise, a queda nas vendas alcançou 79% em relação a abril. Além dos impactos logísticos, com a interrupção do fluxo em diversas rodovias do Estado, o atacado sofreu com um volume expressivo de perda de produtos estocados.

O segmento atacadista mais impactado, de acordo com o levantamento, foi o de pneumáticos e borrachas e o de resíduos e sucatas – ambos registraram um declínio de 50% nas comercializações. Na sequência, aparece a área metalomecânica, com queda de 39%. A análise dos dados inclui as empresas do chamado atacarejo, que atuam na atividade de venda no atacado (formado, na maioria, por distribuidoras de produtos) e no varejo.

Setor varejista

Embora não tenha escapado dos efeitos da tragédia climática, o setor varejista teve um recuo menor em relação à indústria e ao atacado, com uma diminuição de 16% nas vendas em maio na comparação ao ano anterior. O pico do declínio ocorreu entre 10 e 17 de maio, com uma queda de 85% em relação à mesma semana de abril.

A retração menos intensa no consolidado do mês, conforme análise da Receita Estadual, pode ser atribuída à intensa procura por itens de alimentação e limpeza nas redes varejistas para o consumo próprio das famílias e doações destinadas ao abastecimento dos desabrigados.

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