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Mundo Lula afirma que ficou “assustado” com fala de Maduro sobre “banho de sangue” e diz que venezuelano precisa respeitar eleição

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Maduro afirmou que pode haver "banho de sangue" e "guerra civil" na Venezuela caso ele não vença as eleições

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (22) que ficou assustado com a declaração de Nicolás Maduro de que haveria um “banho de sangue” caso ele perdesse as eleições marcadas para o próximo domingo (28) na Venezuela.

As declarações foram dadas em uma entrevista no Palácio da Alvorada a agências internacionais como Reuters, Bloomberg, France Presse e Associated Press. Na entrevista, Lula também afirmou que Maduro deve aprender que, quando se perde uma eleição, é preciso respeitar o resultado e ir “embora”.

“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que, se ele perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou Lula, segundo a agência Reuters.

O petista destacou que o Brasil enviará observadores e o assessor da Presidência para assuntos internacionais Celso Amorim para acompanhar o processo eleitoral do país vizinho.

“Eu já falei para o Maduro duas vezes, e o Maduro sabe, que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo”, afirmou o presidentes às agências.

“Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”, completou Lula.

Na semana passada, Maduro, que é candidato à reeleição, afirmou que pode haver “banho de sangue” e “guerra civil” na Venezuela caso ele não vença as eleições. Lula citou a Venezuela em um discurso na última sexta-feira (19), porém junto com outros países da América Latina.

“Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado”, disse o presidente na ocasião.

A Venezuela realiza eleições no próximo domingo. A comunidade internacional tem dúvidas a respeito da lisura do pleito, o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023. Maduro, que busca o terceiro mandato consecutivo, terá como principal concorrente o ex-diplomata Edmundo González, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores. González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais.

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