Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2024
A Starlink, do empresário Elon Musk, pediu para ampliar o número total de satélites autorizados a operar no Brasil. A operadora do grupo SpaceX atingiu o limite de 4.408 satélites previstos em autorização anterior. Agora, a empresa quer obter a liberação para operar 7.500 novos satélites de baixa órbita de sua segunda geração do sistema Starlink (GEN2).
A solicitação de caráter mais abrangente consta em aviso de consulta pública aberta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na segunda-feira (22), publicado no “Diário Oficial da União”. Por dez dias, representantes do setor poderão opinar sobre os cuidados que a Starlink deve tomar para respeitar a “justa competição e o acesso por diferentes agentes econômicos” a esse mercado e quais “medidas que podem ser adotadas para fomentar a sustentabilidade espacial de longo prazo”.
Em poucos anos de presença no Brasil, a Starlink desbancou empresas tradicionais do mercado de satélite. Em 2024, a operadora assumiu a liderança do mercado de conexão banda larga por satélite, com 43,8% do total de 457 mil acessos ao serviço em todo o país, seguido pela Hughes, com 39,3% de participação. Os dados são referentes a maio deste ano, segundo a consultoria Teleco.
A Starlink lidera a corrida espacial que envolve a estratégia de lançar milhares de equipamentos de conexão na órbita da Terra, as chamadas “constelações” de satélite.
Em entrevista ao Valor em março, o presidente da Teleco, Eduardo Tude, explicou que Musk se beneficia de ter a própria base de foguetes, por meio da SpaceX, e tecnologia que reduz custo de lançamento. O empresário promete levar internet às áreas mais remotas do globo.
Outro bilionário engajado nessa tarefa é o fundador da Amazon, Jeff Bezzos. O empresário americano, por meio da empresa Kuiper, tem ocupado boa parte da agenda dos lançadores de satélites em bases de foguetes espalhadas pelo mundo, o que gera fila de espera de alguns anos para os concorrentes.
Nos documentos enviados à Anatel, a Starlink informou que já conta com redes de satélites associadas ao sistema GEN2 que contemplam o lançamento de até 29.988 satélites. Neste caso, a operação foi liberada pelo órgão regulador dos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comunicações (a FCC, na sigla em inglês).
De acordo com a agência, a atual autorização dada à empresa de Musk tem vigência até março de 2027. Em julho do ano passado, a empresa já havia informado ao órgão regulador que o limite para operar os 4.408 satélites da primeira geração do sistema GEN1 já havia sido atingido.
Esse novo mercado de satélites utiliza equipamentos de baixo custo que operam em órbita média e baixa que giram em rápida velocidade em torno da Terra. Para o usuário não ficar sem sinal, é necessária a operação de inúmeros equipamentos ao mesmo tempo.
Os satélites de baixa ou média órbita, apesar da operação complexa, dão sinais de que podem ser viabilizados comercialmente. Na prática, foi uma aposta que contrasta com os satélites geoestacionários. Estes são mais caros, operam em órbitas mais distantes da superfície do planeta e ficam posicionados em ponto fixo, porém a cobertura de sinal chega a alcançar um continente inteiro.
De acordo com a Anatel, a Starlink pediu autorização para que os até 7.500 novos satélites operem em órbitas com altitudes de 525 a 535 quilômetros.