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Mundo Donald Trump chama Kamala de “lunática radical de esquerda” em seu primeiro comício após a desistência de Joe Biden

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O candidato Donald Trump promete deportações em massa caso vença as eleições dos EUA. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Donald Trump realizou nessa quarta-feira (24), em Charlotte, Carolina do Norte, o seu primeiro comício de campanha desde que o presidente Joe Biden deixou a disputa e a vice-presidente Kamala Harris assumiu seu lugar na corrida, adotando um tom incisivo, chamando-a de “louca” em inúmeras ocasiões e a culpando pelas políticas “desastrosas” do presidente – parte de sua estratégia de campanha para angariar votos entre os independentes e moderados. Trump discursou horas depois de a rival fazer um apelo ao bloco de eleitores mais leais do Partido Democrata, as mulheres negras, em uma reunião com a irmandade Zeta Phi Beta em Indianápolis.

Tratando a democrata por um novo apelido, “Kamala mentirosa” (o anterior, “Kamala risonha”, parece não ter colado entre seu eleitorado), Trump também acusou a adversária de ser a “pior vice-presidente da História dos Estados Unidos”, chamando-a também de “a força motriz ultraliberal por trás de cada catástrofe de Biden”.

“Ela é uma lunática radical de esquerda que destruirá nosso País”,  afirmou o ex-presidente e candidato republicano, acrescentando que ela é “pior que Bernie Sanders”, senador independente de Vermont. “Não vamos deixar isso acontecer.”

O republicano também tocou no tema do aborto, um dos assuntos centrais dessas eleições e que foi deixado de lado durante a Convenção Republicana, alegando que Kamala é “a favor da execução de bebês”. “Ela quer abortos no oitavo e nono mês de gravidez.  Até o nascimento e mesmo depois do nascimento”, falou.

Dizendo que os chefes do Partido Democrata estavam por trás da decisão de Biden de desistir da corrida, ele também acusou Kamala de encobrir a “incapacidade mental” do presidente. Mais cedo, a Casa Branca negou ter acobertado qualquer possível piora na saúde de Biden antes de sua decisão de desistir da disputa eleitoral.

E continuando seu esforço para criar uma divisão entre os judeus americanos e o Partido Democrata, Trump também acusou Kamala de ser contra o povo judeu porque ela não compareceu ao discurso de quarta-feira ao Congresso pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Entretanto, Kamala, cujo marido é judeu, deve se encontrar com Netanyahu em privado nesta quinta-feira (25).

Nova estratégia

Parte dessas declarações são um esforço da campanha de Trump para retratar Kamala como “liberal demais” para eleitores independentes ou moderados, além da tentativa de vinculá-la a políticas impopulares do governo Biden. Desde a reviravolta com a saída de Biden, o ex-presidente se viu forçado a repensar sua estratégia eleitoral, que estava muito centrada em se apresentar como um líder enérgico diante de um Biden em declínio.

Agora, a campanha de Trump tem procurado maneiras de desacelerar o impulso que Kamala obteve com eleitores e doadores depois de rapidamente se tornar a principal candidata democrata (sua candidatura ainda precisa ser oficializada na Convenção Democrata). A estratégia também inclui abrir novas batalhas legais para tentar impedir que a vice acesse os fundos de Biden.

Trump continua percorrendo o País para capitalizar o sucesso da Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, que o oficializou como candidato. Na sexta-feira (26), ele se dirigirá a uma associação de jovens ultraconservadores na Flórida — ele também se encontrará com o primeiro-ministro israelense, em Mar-a-Lago nesse dia. Em seguida, o republicano voará para Minnesota, na região dos Grandes Lagos, para um ato com seu companheiro de chapa, J.D. Vance.

O candidato republicano já se comprometeu a participar de um debate com Harris, de 59 anos, que ele considera uma rival “mais fácil” de derrotar do que Biden. As pesquisas desde que a vice-presidente entrou na corrida têm sido bastante variadas, com os dois candidatos disputando ponto a ponto. A publicada na terça-feira (23) pela Reuters/Ipsos, dá uma ligeira vantagem à democrata (44% das intenções de voto contra 42%), embora estejam tecnicamente empatados devido à margem de erro de três pontos. As informações são do jornal O Globo.

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